Toy Art Goitacá |
# | Nomes | Outros nomes ou grafias | Família linguística | Informações demográficas | |||||||||
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13A | Goitacá | Gê |
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Quanto ao nome, vem do Tupi e pode significar, pode vir de ‘Guata’que significa “correr”, ou “corredor” ou ainda “Aba ytá gua”que significa “o homem que sabe nadar”, isso porque eram grandes corredores e nadadores, segundo os grandes cronistas do seculo XVI.
Os Goitacá tinham força extraordinária e sabiam manejar o arco com destreza |
Segundo relato de Osório Peixoto em seu livro 1001 Anos dos Campos dos Goitacases", eles eram fortes fisicamente, possuíam pele mais clara, eram mais altos e robustos que os demais índios do litoral do Brasil. Reuniam, ainda, uma "força extraordinária e sabiam manejar o arco com destreza". Tinham o hábito de dançar e cantar em ocasiões festivas, usando o jenipapo para a pintura do corpo e penas de aves com as quais adornavam seus objetos.
A historiadora Sílvia Paes ainda compmemtna, “tinha uma estatura mais alta que os outros índios e a pele mais clara. Ele gostava muito de nadar no rio Paraíba e em outras áreas alagadas da região. O cabelo do índio era muito comprido na parte de trás e ele tinha a cabeça raspada na parte da frente. Outro traço marcante é que ele não usava nenhuma espécie de tanga, só usava pintura pelo corpo”, disse. Eram supersticiosos quanto à água para beber, não bebendo-a de rios e lagoas, mas sim das cacimbas.
Mantinham comércio com os colonizadores europeus, mas com uma peculiaridade: não se comunicavam com os colonizadores. Deixavam seus produtos em um lugar mais elevado e limpo, ficando à distância, observando as trocas. Davam mel, cera, pescado, caça e frutos em troca de enxadas, foices, aguardente e miçangas. Assim como os demais povos indígenas brasileiros, os goitacás guerreavam entre si e contra seus vizinhos. "Quando não se julgam fortes, fogem com ligeireza comparável à dos veados." Além do arco e da flecha, faziam, com perfeição, trabalhos com penas de aves multicoloridas, usando-as no corpo e nas armas e também em ocasiões festivas. Trabalhavam o barro, enterrando seus mortos em ygaçabas.
Num dos relatos mais importantes dizia que os Goitacás caçavam tubarões com o auxílio apenas de um pau, o qual era metido na boca do tubarão para o matar. Os dentes do tubarão, então, eram usados como pontas de flechas.
Na década de 60 foi encontrada em Campos dos Goitacazes um sítio arqueológico com ossadas e cerâmicas dos índios |
Não deixaram registros escritos de sua língua, porém presume-se que ela pertencia à família linguística Puri, a qual, por sua vez, pertence ao tronco linguístico macro-gê praticavam a agricultura.
Sítio do Cajú
A cultura do índio Goytacá começou a ser mais conhecida após as décadas de 60, 80 e 90, quando foi descoberto em Campos um sítio arqueológico com ossadas e cerâmicas dos índios. O sítio arqueológico do Caju fica próximo de onde atualmente funciona o cemitério do Caju, descoberto durante uma obra da prefeitura. De acordo com a diretora do Museu Histórico de Campos, Graziela Escocard, cinco toneladas de material foram retiradas da região.
Urna para enterro de seus mortos "ygaçabas" |
“ Onde hoje é o cemitério do Caju, antes havia um lago e os índios tinham o hábito de enterrar os mortos em urnas em volta de lagoas, por isso foi encontrado tanto material nas proximidades do cemitério. Na região foram encontradas várias ossadas e cerâmicas dos índios goytacá. O material foi levado para o Rio de Janeiro, porque na época a cidade não tinha um local adequado para guardar. Agora com o museu, estamos buscando meios para trazer essa herança dos índios de volta para a cidade”, concluiu a diretora do Museu.
Fontes de informação
AGOSTINHO DA SILVA, Pedro. Mito e outras narrativas Kamayura. Salvador :Editora da UFBA, 1974.
BASSO, Ellen B. The last cannibals : a South American oral history. Austin : Univ. of Texas Press, 1995. 335 p.
BASTOS, Rafael José de Menezes. Exegeses Yawalapití e Kamayurá da criação do Parque Indígena do Xingu e a invenção da saga dos irmãos Villas-Bôas. Rev. de Antropologia, São Paulo : USP, n.30/32, p. 391-426, 1992.
NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 131.
FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 856.
LAMEGO, A. R. apud CAETANO, S. Os goitacás 1. Disponível em http://goitaca.blogspot.com.br/. Acesso em 26 de julho 2012.
VASCONCELOS, S. apud CAETANO, S. Os goitacás 5. Disponível em http://goitaca.blogspot.com.br/. Acesso em 26 de julho 2012.
ALENCAR, J. O guarani. Adaptação de André Carvalho. Clássicos da Juventude. Volume 12. Belo Horizonte. Editora Itatiaia. 1964. 185p.
Site do Goytacaz F. C. Disponível em http://www.goytacaz.com.br/ Arquivado em 2 de julho de 2012, no Wayback Machine.. Acesso em 26 de julho de 2012.
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