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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Bororo



Toy Art da Etnia Bororo 

#NomesOutros nomes ou grafiasFamília linguísticaInformações demográficas
36BororoCoxiponé, Araripoconé, Araés, Cuiabá, Coroados, Porrudos, BoeBororo
UF / PaísPopulaçãoFonte/Ano
MT1686Siasi/Sesai 2012



Conhecidos como Bororo Oriental ou Orarimogodógu e chamados também de Coroados ou Parrudos. Com trezentos anos de contato, os Bororo podem ser tidos como um dos povos indígenas vivos mais pesquisados, habitam a região do planalto central no Estado de Mato Grosso, distribuídos em cinco Terras Indígenas já demarcadas: Jarudore, Meruri, Tadarimana, Tereza Cristina e Perigara. Sua língua falada é o Bororo, do tronco lingüístico Macro-Jê e a sua população é de aproximadamente duas mil pessoas. Praticam os rituais como a Furação de Orelha e Lábios, sem esquecer o Ritual do Funeral, que é sagrado para quem se considera índio (Boe). Realizam ainda a Festa do Milho, para celebrar a colheita do cereal, alimento importante na nutrição dos índios. Sua história é de muita resistência ao avanço das frentes e expansão em território. A “pacificação” ocorreu no final do século XIX. Tradicionais caçadores e coletores, adaptaram-se à agricultura, da qual hoje extraem sua subsistência.

Foram os primeiros campeões gerais dos I Jogos dos Povos Indígenas realizado na cidade de Goiânia em 1996. Destacam-se na confecção de seus artesanatos de plumagem (cocar e braçadeiras em penas), bem como na pintura corporal em argila, peculiar a esse grupo. Participam dos Jogos desde sua primeira edição.

Seus Mitos e História: Bakaru é o que define a história religiosa, indica também código de comportamento, normas educativa, explicativa de fenômenos (mistérios).

O Memorial dos povos indígenas, projetado por Oscar Niemeyer - foi inspirado em aldeias da etnia Bororo. O memorial inaugurado em 1987, mas so abriu as portas ao publico em 1999 - foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 2007, ano em que o arquiteto Oscar Niemeyer completou cem anos de idade.


A nação Bororo dividia-se em vários grupos, conforme a região ocupada:

1 - Itura-mogorege - os da floresta
2 - Tori okwa-mogorege - os da serra do São Jerônimo
3 - Túgo Kuri-Dóge - os da flecha comprida
4 - Orári Mogo-Dóge - os dos rios do Peixe Pintado
5 - Boku-mogorege - os do cerrado.
Segundo Zago (2005), os Bororo atualmente estão redefinindo essas nomenclaturas:
1 - Pobotadawuge; os Bororo das águas (Pantanal),
2 - Ituratadawuge: os Bororo da mata e rio São Lourenço (baixada cuiabana)
3 - Bokutadawuge ou Toritadawuge: Bororo do cerrado e morro (Poxoréu até o Rio das Mortes.

Dos Coxipones, valente e audaz povo do cerrado do Ikuiapá (Ikuia = flecha arpão e pá = lugar), palavra Bororo que denomina o rio Cuiabá, pouco restou, a não ser o nome do rio Coxipó ou Kujibo (kuje = mutum, bo = água, água dos mutuns) dos Bororo. Dizem os Bororo, que seus antepassados e seus parentes do Ikuiapá, pescavam na foz do córrego da Prainha ou Ikuiébo (Ikuié = estrela, bo = água, água das estrelas) com o rio Cuiabá.

Bororo é um povo do cerrado cuiabano e da região do pantanal, e com representantes na região do rio Araguaia e rio das Mortes. Para eles, as matas, os rios e o céu, são moradas de seres espirituais.
Considerados caçadores e coletores, raríssimas vezes são focados como agricultores, ou com uma relação vegetal mais acentuada. Nos vários estudos empreendidos pelos pesquisadores, o seu grandioso funeral sobrepõe a outros aspectos culturais do grupo. Mas, no transcorrer das cerimônias funerárias o mundo vegetal, principalmente, as palmeiras como a babaçu e buriti, são largamente reverenciadas inclusive com cerimônias específicas sobre elas, chamadas de toro e marido.

Ocorre também com as taquaras, onde os Bororo fazem uma representação chamada parabára-dóge aróe, que é um conjunto de taquaras fendidas nas extremidades e que percutidas produzem um som como: parabára, parabára, e que se assemelha ao canto do pássaro irerê, provendo daí a denominação. Também fora do ciclo funerário, manifestações cultuando o mundo vegetal afloram constantemente.
Vale ressaltar que, os Bororo vivem um processo de introjeção entre espírito, homem, animal, vegetal e mineral, sendo essa situação realçada nos ciclos funerários.
Cada animal corresponde a um vegetal e cada clã é representante de um animal ou de um vegetal, com exceção dos Baado Jeba do lado Echerae e dos Apiborege dos Tugaregedo que são humanos. (JESUS, 1992)

Viertler (1976), antropóloga que estuda os Bororo por mais de 30 anos diz com muita propriedade,
[ ... ] a florescência das piúvas, rosas, brancas, amarelas e roxas entre os babaçuais oferece um inesquecível espetáculo visual, que por um lado, denota a fertilidade da terra, por outro a cobiça dos regionais. Para estes é impossível conceber terras férteis sem uso. Para os Bororo só é possível conceber a existência preservando essas matas.


Índios Bororo que trabalharam na construção das linhas telegráficas  |  Luiz Thomaz Reis/Museu do índio/Funai


Quando nascem, os filhos fazem parte do clã da mãe para nomeação e herança cultural (sistema matrilinear). As relações sociais funcionam na base de troca pessoas e mútua prestação de serviços basicamente entre as duas metades exogâmicas – Ecerae e Tugarege.

Um dos grandes líderes desse povo foi o ancião Frederico Tugore, mestre historiador da cultura tradicional Bororo. Que teve a oportunidade de percorrer e conviver com todas as comunidades (aldeias) Bororo existentes e com outras que já desapareceram na metade do século passado. Possuía imaginação e memória prodigiosa, característico senso de humor, uma profunda sensibilidade e uma admirável capacidade de comunicação. Sua inteligência o coloca não simplesmente entre os transmissores mecânicos de uma cultura estatística, mas entre os grandes sábios criadores e mantenedores de cultura. Era capaz de explicar todos os fenômenos do universo cósmico e espiritual que envolve e penetra a vida de seu povo. Deixou um imenso legado cultural alicerçado no Bakaru. Outro grande defensor do povo Bororo, foi o padre Salesiano, Rodolfo Lunkenbein, assassinado barbaramente em 15 de julho de 1976, por reivindicar a demarcação das terras indígenas Merure. Foi enterrado no cemitério da própria aldeia, de acordo com a tradição e honra Bororo.

Pariko Bororo

Percebe-se então, nesse universo social, que há dezenas de formas diferentes de manufaturar um Pariko, e neste comentário abordaremos um Pariko genérico sem associá-lo as metades, clãs ou sub-clãs. Seguindo novamente as descrições de Dorta (1982), temos:

Pariko Bororo

Um Pariko pode ser dividido em quatro camadas, sendo:

Pariko oto - A primeira camada é composta de penas retrizes de araras –- podendo também ser inserida retriz de outras aves –- dispostas em semicirculo decrescente e com as pontas aparadas, onde recebem colagem de plumas brancas de pato selvagem (pariko oto akiri). Dizem os Bororo que essa distribuição da armação decrescente das retrizes acompanha a distribuição natural como se encontram nas aves utilizadas. Alguns Parikos não tem as pontas cortadas e nem recebem a emplumação.

A segunda camada é composta de penas de diversas aves, podendo ser retrizes ou tectrizes aparadas nas pontas e combinadas com outros elementos decorativos como lascas de taquara revestidas de plumas ou de acúleos de ouriço, estiletes de madeira ou nervuras de buriti.

A terceira camada é formada de penas aparadas na sua parte terminal e recobre os cálamos das outras duas camadas. Alguns Parikos dispensam esta camada.

A última parte a qual denominaremos de suporte-base é flexível e tem a forma de um arco e é confeccionado com nervuras de babaçu e revestidas com tiras de folíolo de babaçu.

Os cordéis-atilho são manufaturados de seda de tucum e resinados para maior durabilidade
Como já foi dito, através de um Pariko, pode-se identificar o sub-clã, o clã e a metade do seu usuário. Na sociedade Bororo, essas divisões apropriam de seres espirituais, da fauna, da flora, de objetos minerais, dos mitos, dos pontos geográficos, de corpos celestes e chegando até as minúcias do universo existente.

Baseando nas pesquisas realizadas por Dorta, será feita uma síntese de algumas situações:
A construção de um Pariko obedece à forma da flora e fauna aquática, tendo no peixe pacu um dos modelos, ou como das folhas-do-brejo e de outras folhas aquáticas. Essa circunstância é identificadora, apesar de não ser a principal.

Das três camadas, a pesquisadora salienta que é a segunda camada, por possuir um maior numero de matéria-prima, que os códigos identificatórios têm mais realce.

Também são significativas para a identificação de um Pariko, as cores das penas, suas distribuições e combinações com outros de seus elementos.

Outro caráter identificador é a colação das plumas no ápice das tectrizes,devendo observar sua distribuição no seu perímetro.

Este é um resumo desse magnífico adorno, que dá ao seu possuidor, status de grandeza, poder e beleza.

A reação dos Bororo contra a perda de seus traços culturais, mantida ao longo do processo de contato, chama a atenção pela sua especificidade e originalidade.Nas palavras da antropóloga Sylvia Caiuby Novaes, "Através destes rituais os bororos transgridem a ordem que se quer estabelecer para eles e se contrapõem, firmemente, à 'harmoniosa integração à sociedade nacional'" (1993:132-133).

A autonomia dos Bororo em relação à vida regional está mais desenvolvida no plano social e político do que no econômico. As relações de compadrio são cada vez mais freqüentes, bem como os casamentos com regionais. Tal situação tem criado alguns conflitos relativos à questão fundiária e à própria participação dos "mestiços" na vida comunitária.

No que diz respeito à representação política, a estratégia Bororo é exemplar. O fato de ter conseguido eleger um vereador e um prefeito Bororo conferiu um papel importante ao povo da TI Meruri. Tal papel é reforçado pelo fato dos Bororo representarem 50% dos consumidores no comércio dessa cidade e, ao contrário dos numerosos Xavante, serem zelosos no pagamento de dívidas.

Língua

Boe Wadáru é o termo usado pelos Bororo para designar sua língua original. Os lingüistas Rivet (1924) e Schmidt (1926) classificaram-na como isolada e possivelmente vinculada ao ramo Otuké. Posteriormente, um novo paradigma simplificou a classificação das línguas indígenas, reunindo-as segundo certas semelhanças, de modo que a língua bororo foi enquadrada no tronco lingüístico Macro-Jê (Manson,1950; Greenberg,1957).

Atualmente, a língua bororo é falada por quase toda a população. Até o final da década de 1970, contudo, crianças e jovens sofriam a imposição de um regime escolar da missão indígena que proibia que se falasse a língua nativa nas aldeias de Meruri e Sangradouro. Um processo de reavalização e autocrítica dos salesianos culminou no resgate da língua original e do ensino bilingüe. Assim, em todas as aldeias, a maioria da população fala português e bororo.
Chefe Bororo InFrancis de la Porte Comte de Castelnau  executée par ordre du gouvernement français pendant les années 1843 a 1847. Paris Chez P Bertrand LibraireÉditeur 1850 1857

No cotidiano, a língua falada é a nativa, acrescida de neologismos assimilados do português regional, o qual é acionado apenas nos contatos interétnicos.

 Situação atual do território

Atualmente, os Bororo detêm seis Terras Indígenas demarcadas no Estado do Mato Grosso, num território descontínuo e descaraterizado, que corresponde a uma área 300 vezes menor do que o território tradicional. As TIs Meruri, Perigara, Sangradouro/Volta Grande e Tadarimana estão registradas e homologadas; a TI Jarudori foi reservada aos índios pelos SPI (Serviço de Proteção ao Índio), mas foi sendo continuamente invadida, a ponto de hoje estar totalmente ocupada por uma cidade; já a TI Teresa Cristina está sob júdice, uma vez que sua delimitação foi derrubada por decreto presidencial.

Na década de 1970, o alto grau de insatisfação dos Bororo fez surgir um movimento reivindicatório pela recuperação de suas terras tradicionais e pela melhoria dos serviços de saúde e educação. Um caso emblemático desse movimento foi a luta pela terra do Meruri, que culminou no famoso massacre levado a cabo pelos fazendeiros de General Carneiro.

No momento, o movimento congrega todas as aldeias Bororo e busca solucionar as questões fundiárias das áreas de Teresa Cristina, Jarudori e Sangradouro. Outra importante reivindicação tem sido a inclusão dos Bororo nos EIA/Rimas (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) das Hidrovias Paraguai-Paraná e Araguaia-Tocantins. Lutam, ainda, pela alteração do traçado da ferrovia Ferronorte, nas imediações da área Teresa Cristina.

 Histórico do contato

As fontes históricas disponíveis informam que o contato inicial dos Bororo com a sociedade nacional remonta ao século XVII, quando as "bandeiras jesuítas" vieram de Belém rumo à região da Bacia do Rio Araguaia e seguiram pelos rios Taquari e São Lourenço, em direção ao Rio Paraguai. Em meados do século XVIII, o contato intensificou-se com as Bandeiras Paulistas e com a descoberta do ourona região de Cuiabá. Nesse período, a exploração aurífera foi responsável pela cisão do grupo em Bororo Ocidentais e Bororo Orientais.

Os Bororo Ocidentais, também denominados "Bororo da Campanha" e "Bororo Cabaçais", sofreram a agressão do contato com os colonizadores de Cáceres e Vila Bela, a ponto de serem considerados exterminados em meados do século XX.

 Padre salesiano Ochoa (o segundo em pé, da direita para a esquerda) entre os Bororo da aldeia das Garças durante ritos funerários. Foto: Sylvia Caiuby Novaes, 1986.
Padre salesiano Ochoa (o segundo em pé, da direita para a esquerda) entre os Bororo da aldeia das Garças durante ritos funerários. Foto: Sylvia Caiuby Novaes, 1986.
Os Bororo Orientais, comumente denominados "Coroados", permaneceram isolados até a metade do século XIX, quando passaram a protagonizar os episódios mais violentos da história de ocupação do Mato Grosso. A abertura de uma estrada que cruzava o Vale do Rio São Lourenço, ligando esse estado a São Paulo e Minas Gerais, fez eclodir uma guerra que durou mais de 50 anos e culminou com a rendição total dos Bororo Orientais. A "pacificação" ocasionou a criação das Colônias Militares de Teresa Cristina e Isabel em 1887. Logo após a proclamação da República, a Colônia Teresa Cristina foi demarcada por Rondon em 1896, visando garantir uma parte importante do território tradicional Bororo. Desde esse período até 1930, Rondon reservou outras áreas aos Bororo da Bacia do Rio São Lourenço, dentre elas os lotes denominados "São João do Jarudori", "Colônia Isabel" e "Pobori", que ficaram sob responsabilidade do SPI desde 1910.

Na Bacia do Araguaia, os grupos Bororo arredios - que habitavam as regiões do Rio das Mortes, Rio das Garças e as margens direita e esquerda do Araguaia - são afetados pela ocupação dos fazendeiros goianos e dos garimpos de diamantes. Nessa época ocorreram violentos conflitos e o Governo da Província destinou aos Salesianos, há pouco afastados da Colônia Teresa Cristina, a tarefa de pacificação.

Em 1902, os Salesianos fundaram a Colônia do Sagrado Coração e iniciaram a catequese dos Bororo. Em 1906, criaram a Colônia do Sangradouro, que mais tarde acolheria os Xavante expulsos da área de Parabuburi.

Em síntese, o resultado do processo de contato com a sociedade nacional representou não só a perda da maior parte do território tradicional, como também uma drástica redução populacional.

 População

As informações históricas disponíveis indicam que nas últimas décadas do século XIX havia um contingente de aproximadamente dez mil indivíduos Bororo. Contudo, ao cabo de poucos anos, grande parte sucumbiu aos efeitos deletérios do contato, que incluíram guerras, epidemias e fome. O quadro era tão desalentador que o antropólogo Darcy Ribeiro (Os Índios e a Civilização, Petrópolis, Vozes,1970:293), ao analisar o censo de 1932, afirmou que o alto grau de vulnerabilidade dos Bororo indicava as últimas etapas do processo de extinção. Entretanto, a partir da década de 70, tem-se observado um crescimento populacional, de modo que, de 626 indivíduos registrados pelo Padre Uchoa em 1979, existe hoje um montante de aproximadamente 1.024.

Os dados demográficos de 1997 registram a seguinte situação da distribuição da população Bororo por área e por bacia hidrográfica:

Terra IndígenaAldeiaPopulação
TI MeruriMeruri328
Garças61
TI Sangradouro (Xavante)          "Morada Bororo" (ocupada pelos Xavante, essa área não é reconhecida como bororo)63
Bacia do Rio Araguaia  
TI Jarudori(Área Indígena totalmente ocupada pela cidade Jarudore)-----
TI TadarimanaTadariamana; Pobori; Paulista; Praião; Jurigue173
TI Teresa CristinaCórrego Grande254
Piebaga66
TI PerigaraPerigara79
Bacia do Rio São Lourenço 572
População total 1.024
Fonte : Missão Salesiana, 1997 e Saúde/Funai/ADR Rondonópolis,1997.
 Situação de saúde

O padrão de morbidade da população Bororo é relativamente constante e reflete, principalmente, a precariedade de suas condições de vida. Os principais agravantes são as doenças infectoparasitárias, doenças ligadas ao saneamento e hábitos higiênicos e o alcoolismo, que é, sem dúvida, seu maior problema de saúde.

Os agentes responsáveis pela assistência de saúde aos Bororo são a Fundação Nacional de Saúde, a Funai, a Missão Salesiana e as secretarias municipais. Apesar desse grande número de entidades, as condições dos serviços de saúde continuam precárias. Em parte, porque essas instituições estão desarticuladas, têm seu próprio modo de atuação e vêem a questão da saúde no grupo sob uma ótica própria. Outros problemas que afetam os serviços de saúde são as más condições das instalações das enfermarias nas aldeias, a inexistência de uma política de recursos humanos para a saúde indígena, a falta de formação dos profissionais e a falta de verbas para compra de remédios e de outros produtos de enfermagem.

São piores as condições de habitação nas aldeias em que a ação dos agentes levaram os Bororo a trocar suas choupanas pelas casas de alvenaria. Entretanto, nas aldeias onde as casas são tradicionais, construídas de palha, a adequação da moradia aos padrões e costumes Bororo torna as condições de habitação mais razoáveis em termos sanitários e de conforto ambiental.

 Projetos governamentais e não-governamentais na região
Em 1997, o único projeto governamental na região era o Prodeagro (Programa de Desenvolvimento Agro-Ecológico de Mato Grosso), desenvolvido em âmbito estadual com apoio financeiro do Banco Mundial. Esse projeto ainda não desenvolveu ações na agropecuária da região, mas tem garantido alguns recursos para os setores de saúde e educação destinados às comunidades indígenas, como o "Projeto Tucum", que visa a formação de professores indígenas.

As ações de agências não-governamentais são desenvolvidas pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário), pela Missão Salesiana e por outras entidades de assistência à saúde, tais como Médicos sem Fronteiras, Dentistas Alemães, entre outros.

 Nota sobre as fontes

Para o público leigo interessando numa visão abrangente, a Enciclopédia Bororo, obra em três volumes de Albissetti, é a fonte mais indicada, sendo considerada uma "bíblia" sobre esse povo. Já para aqueles que buscam uma perspectiva histórica, Os Bororo na História do Centro-Oste Brasileiro, de Bordignon, é o primeiro conjunto organizado da história do grupo.

As obras de Sylvia Caiuby Novaes, Cristopher J. Crocker, Renate Viertler e Thekla Hartmann constituem referências importantes para quem está interessado na organização social e aspectos rituais da sociedade Bororo. Contudo, o livro Vital Souls, de Crocker, ainda não foi traduzido para o português.

 Fontes de informação

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Funeral Bororo.  Dir.: Maureem Bisiliat.  Video Cor, 46 min., 1990.  Prod.: Maureen Bisiliat.
Passado presente.  Dir.: Delvair Montagner.  Vídeo Cor, HI-8/Betacam, 18 min., 1995.  Prod.: CPCE
A propos de tristes tropiques.  Dir.: Jorge Bodansky; Patrick Menget.  Vídeo Cor, U-Matic, 50 min., 1991.  Prod.: Yves Billon; Les Filmes du Village
The Bororo world of sound.  Coleção Musics and Musicians of the World, Auvidis-Unesco, gravação de Ricardo Canzio, 1989.

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