Toy Art da Etnia Karajá
# | Nomes | Outros nomes ou grafias | Família linguística | Informações demográficas | |||||||||
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89 | Karajá | Caraiauna, Iny | Karajá |
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Habitantes seculares das margens do rio Araguaia nos estados de Goiás, Tocantins e Mato Grosso, os Karajá têm uma longa convivência com a Sociedade Nacional, o que, no entanto, não os impediu de manter costumes tradicionais do grupo como: a língua nativa, as bonecas de cerâmica, as pescarias familiares, os rituais como a Festa de Aruanã e da Casa Grande (Hetohoky), os enfeites plumários, a cestaria e artesanato em madeira e as pinturas corporais, como os característicos dois círculos na face. Ao mesmo tempo, buscam a convivência temporária nas cidades para adquirir meios de reivindicar seus direitos territoriais, o acesso à saúde, educação bilingüe, entre outros.
Nome
O nome deste povo na própria língua é Iny, ou seja, "nós". O nome Karajá não é a auto-denominação original. É um nome tupi que se aproxima do significado de "macaco grande". As primeiras fontes do século XVI e XVII, embora incertas, já apresentavam as grafias "Caraiaúnas" ou " Carajaúna". Ehrenreich, em 1888, propôs a grafia Carajahí, mas Krause, em 1908, consagra a grafia Karajá.
Língua
Segundo o lingüista Aryon dall’Igna Rodrigues, a família Karajá, pertencente ao tronco lingüístico Macro-Jê, se divide em três línguas: Karajá, Javaé e Xambioá. Cada uma delas tem formas diferenciadas de falar de acordo com o sexo do falante. Apesar destas diferenças, todos se entendem. Em algumas aldeias, como em Xambioá (TO) e em Aruanã (GO), devido ao processo do contato com a sociedade nacional, o Português tem sido dominante.
No início da década de 1970, a Funai adotou um programa educacional bilíngüe e bicultural para alguns grupos, entre eles, os Karajá. Este programa, sob a orientação do Sociedade Internacional de Lingüística (Summer Institute of Linguistics), entidade que tem também objetivos religiosos, resultou na tradução da Bíblia na língua karajá
Localização
Os Karajá têm o rio Araguaia como um eixo de referência mitológica e social. O território do grupo é definido por uma extensa faixa do vale do rio Araguaia, a ilha do Bananal, que é a maior ilha fluvial do mundo, medindo cerca de dois milhões de hectares. Suas aldeias estão preferencialmente próximas aos lagos e afluentes do rio Araguaia e do rio Javaés, assim como no interior da ilha do Bananal. Cada aldeia estabelece um território específico de pesca, caça e práticas rituais demarcando internamente espaços culturais conhecidos por todo o grupo.
Isto mostra uma grande mobilidade dos Karajá, que apresentam como uma de suas feições culturais a exploração dos recursos alimentares do rio Araguaia. Eles têm, ainda hoje, o costume de acampar com suas famílias em busca de melhores pontos de pesca de peixes e de tartarugas, nos lagos, nas praias e nos tributários do rio, onde, no passado, faziam aldeias temporárias, inclusive com a realização de festas, na época da estiagem do Araguaia. Com a chegada das chuvas, mudavam-se para as aldeias construídas nos grandes barrancos, a salvo das subidas das águas, onde, em alguns lugares, ainda hoje fazem suas roças familiares e coletivas, locais de moradia e cemitérios.
Demografia
Pode-se ter uma idéia dos números populacionais dos grupos de língua karajá a partir dos seguintes anos e dados:
Apesar do contato intenso com a sociedade nacional, tem-se registrado um aumento populacional dos Karajá, que continuam residindo no território tradicional. As aldeias de cada subgrupo estão distribuídas da seguinte maneira:
O subgrupo Karajá é formado pela comunidade de Aruanã (GO) que tinha aproximadamente 50 pessoas (dados mais recentes indicam que esta aldeia recebeu mais alguns Karajá motivados pela demarcação da terra, totalizando aproximadamente 70 pessoas), pelas aldeias Santa Isabel do Morro, Fontoura, Macacúba e São Raimundo, no oeste da ilha do Bananal, por aldeias menores como São Domingos e também duas aldeias pequenas próximas ao rio Tapirapé, além de pequenos grupos depois da ponta norte da ilha, totalizando aproximadamente 1.500 pessoas (Braggio, 1997).
O subgrupo Javaé, nas margens do rio Javáes (braço do Araguaia que contorna a margem oriental da ilha do Bananal) e no interior da ilha, tinha por volta de 841 pessoas no ano de 1997, distribuídas em seis comunidades nos municípios de Formoso do Araguaia, Cristalândia e Araguaçu (Braggio, 1997).
O subgrupo Xambioá tinha, no mesmo ano, duas aldeias com 202 indivíduos (Braggio, 1997), no baixo Araguaia.
Dados da Funasa de 2006 revelam um total de 2.532 karajás (Funasa, 2006).
Histórico do contato
Os estudos históricos informam que os Karajá estiveram em disputa com outros povos indígenas como os Kayapó, os Tapirapé, os Xavante, os Xerente, os Avá-Canoeiro e, menos freqüentemente, com os Bororo e Apinayé, no intuito de salvaguardar seu território. Como resultado deste contato, houve a troca de práticas culturais entre os Karajá, os Tapirapé e os Xikrin (Kayapó).
Com relação ao contato com a sociedade nacional, os textos históricos informam ter havido duas frentes de contato com a sociedade nacional. A primeira é representada pela missões jesuítas da Província do Pará, assinalando a presença do Padre Tomé Ribeiro em 1658, que se encontrou com os Karajá do baixo Araguaia, provavelmente os Xambioá (ou os Karajá do Norte, como preferem ser chamados).
A segunda frente de contato está relacionada com as bandeiras paulistas rumo ao Centro-Oeste e Norte do Brasil, como a expedição de Antônio Pires de Campos, que se estima ter ocorrido entre os anos de 1718 a 1746. A partir destas, várias outras expedições visitaram os Karajá ao longo dos anos e estes foram obrigados a manter um contato constante com a nossa sociedade.
Suas aldeias foram alvos fáceis de inúmeras frentes religiosas, planos governamentais, visitas de presidentes da República como Getulio Vargas (1940) e Juscelino Kubistchek (1960), construção de um hotel de turismo luxuoso e inúmeras visitas de pesquisadores, escritores e jornalistas que retornavam as suas cidades com objetos culturais, como artefatos plumários, remos e as características bonecas de barro feitas pelas mulheres, como é o caso do etnográfo alemão Fritz Krause (1908), do etnográfo norte-americano William Lipkind (1938), do escritor José Mauro de Vasconcelos (década de 60) e dos governadores de Goiás, Henrique Santillo (1988) e do Tocantins, Siqueira Campos (1989).
O processo de contato permanente dos Karajá com a sociedade nacional fez com que eles adotassem bens culturais da sociedade envolvente (alimentação, língua, hábitos, ensino, religião entre outros). A complexidade cultural do grupo é invisível aos olhos não-índios quando, num primeiro momento, se deparam com as marcas do sofrimento impostas pelo contato: a tuberculose, o alcoolismo e a subnutrição, que aumentam a discriminação dos regionais e da população urbana.
Entretanto, os Karajá demonstram força de resistência, ao manter suas principais categorias culturais que os habilitam a negociar este mesmo contato e ao fazer permanecer viva a sua organização cultural e social, a sua identidade indígena, sem abrir mão da cidadania brasileira, participando inclusive como vereadores de cidades ribeirinhas.
Ciclo de vida
O nascimento de uma criança entre os Karajá é marcado socialmente pela regra da tecnonímia, isto é, quando os pais deixam de ser chamados pelos nomes próprios e passam a ser conhecidos como o pai ou a mãe de ego (aquele que nasceu). No caso do homem, o novo pai passa para uma outra categoria masculina.
O homem é tido como o responsável pela fecundação, sendo necessário copular várias vezes para, de forma gradual, formar a criança no ventre da mãe, considerada apenas como receptora. Após o nascimento, o recém-nascido é lavado com água morna e pintado de urucum.
Na infância, a criança fica a maior parte do tempo com a mãe e avós. Entretanto, a diferença entre os gêneros ganha maior proporção quando o menino chega à idade de sete a oito anos e tem o lábio inferior perfurado com osso de guariba. Depois, ao alcançar a faixa entre dez a doze anos de idade, o menino passa por uma grande festa de iniciação masculina denominada Hetohoky ou Casa Grande.
Eles são pintados com o preto azulado do jenipapo e ficam confinados durante sete dias numa casa ritual chamada de Casa Grande. Os cabelos são cortados e ele é chamado de jyre ou ariranha.
Na primeira menstruação, a moça passa a ser vigiada pela avó materna, ficando isolada. A sua aparição pública, quando está bem enfeitada com pinturas corporais e enfeites plumários para dançar com os Aruanãs, é muito prestigiada pelos homens.
O casamento ideal é aquele arranjado pelas avós dos nubentes, preferencialmente da mesma aldeia, quando os jovens estão aptos a ter relações sexuais. O casamento mais comum é a simples ida do rapaz para a casa da moça, o que pode ser precipitado se algum parente masculino, da parte dela, surpreende algum encontro do casal às escondidas. O homem, uma vez casado, passa a morar na casa da mãe da esposa, seguindo a regra matrilocal. Quando a família se torna numerosa, o casal faz uma casa própria, mas anexa àquela de onde saiu, caracterizando espacialmente a família extensa.
Assim, a mulher mais velha assume um papel central na unidade doméstica, enquanto o homem, com a idade, vai perdendo o prestígio político na praça dos homens, mas se tornando, em compensação, referência de poder espiritual, normalmente exercendo atividades xamanísticas.
No enterro Karajá, o morto é colocado com seus pertences numa esteira no fundo de uma vala; tudo é coberto por varas, lembrando uma casa, na frente do que se coloca uma espécie de pequeno mastro de madeira enfeitado. Outrora se fazia também o enterro secundário, hoje não mais realizado, que consistia em exumar o corpo e colocar os ossos numa vasilha de cerâmica, especialmente preparada pelas parentas do morto.
Homens e mulheres
Os Karajá estabelecem uma grande divisão social entre os gêneros, definindo socialmente os papéis dos homens e mulheres, previstos nos mitos.
Aos homens cabem a defesa do território, a abertura das roças, as pescarias familiares ou coletivas, as construções das casas de moradia, as discussões políticas formalizadas na Casa de Aruanã ou praça dos homens, a negociação com a sociedade nacional e a condução das principais atividades rituais, já que eles equivalem simbolicamente à importante categoria dos mortos.
As mulheres são responsáveis pela educação dos filhos até a idade da iniciação para os meninos e de modo permanente para as meninas, pelos afazeres domésticos, como cozinhar, colher produtos da roça, pelo cuidado com o casamento dos filhos, normalmente gerenciado pela avós, pela confecção das bonecas de cerâmica, que se tornaram uma importante renda familiar fomentada pelo contato, além da pintura e ornamentação das crianças, das moças e dos homens para os rituais do grupo. No plano ritual, elas são as responsáveis pelo preparo dos alimentos das principais festas e pela memória afetiva da aldeia, que é expressa por meio de choros rituais, especialmente quando alguém fica doente ou morre.
Os Karajá preferem a monogamia e o divórcio é censurado pelo grupo. Se a infidelidade do homem casado se torna pública, os parentes masculinos da mulher abandonada castigam severamente o infrator perante toda a aldeia, numa grande ação dramática, que pode tomar proporções maiores com o acirramento de ânimos entre os grupos domésticos envolvidos, resultando inclusive em queima da casa da família do marido. As mulheres de vida sexual pública, uma vez casadas e com suas unidades domésticas próprias, deixam de receber comentários reprovadores da comunidade, já que a constituição da família é um referencial cultural importante para os Karajá.
A aldeia
A aldeia é a unidade básica de organização social e política. O poder de decisão é exercido por membros masculinos das famílias extensas, que discutem suas posições na Casa de Aruanã. Não é raro haver rivalidades entre facções de grupos masculinos em disputa pelo poder político da aldeia. Com o contato, um dos homens é eleito "capitão" da aldeia e é responsável pelos assuntos políticos com os agentes externos, como Funai, universidades, ONGs, governos estaduais, entre outros.
Os Karajá têm ainda uma intrigante chefia que, no passado, parece ter tido duas funções: a ritual e a social. Uma criança, do sexo masculino ou feminino, era escolhida pelo chefe ritual, dentre aquelas a ele ligadas por linha paterna, para ser educada como sua sucessora. Tanto o chefe ritual quanto a criança escolhida ainda hoje recebem as mesmas dominações indígenas de ióló e deridu.
As divergências políticas entre aldeias são também comuns, mas a manutenção de uma solidariedade entre elas, motivada no passado pelas guerras contra outras etnias e, no presente, pela reivindicação de demarcação das terras, desocupação dos posseiros e fazendeiros da Ilha do Bananal, é reforçada pelos rituais que incentivam e celebram o encontro entre as aldeias.
Atividades de subsistência
A alimentação da comunidade é habitualmente a ictiofauna do rio Araguaia e dos lagos. Apreciam alguns mamíferos e demostram especial predileção na captura de araras, jaburus e colhereiros para enfeites plumários.
As roças são feitas nas matas-galeria, com a prática da coivara. Os registros etnográficos e históricos citam o cultivo do milho, da mandioca, da batata, da banana, da melancia, do cará, do amendoim e do feijão. Com as facilidades da cidade, estes produtos se reduzem hoje ao milho, banana, mandioca e melancia. Eles aproveitam também os frutos do cerrado, como o oiti e o pequi, e a coleta do mel silvestre. Às vezes, capturam reses criadas à solta na Ilha do Bananal para o consumo da carne, que não é apreciada pelos mais velhos.
Arte e cultura material
A cultura material karajá envolve técnicas de construção de casas, tecelagem de algodão, adornos plumários, artefatos de palha, madeira, minerais, concha, cabaça, córtex de árvores e cerâmica.
A pintura corporal é significativa para o grupo. Na puberdade, os jovens de ambos os sexos submetiam-se à aplicação do omarura, dois círculos tatuados nas faces onde a mistura da tinta do jenipapo com a fuligem do carvão era aplicada sobre a face sangrada pelo dente do peixe-cachorra. Hoje, devido ao preconceito da população das cidades ribeirinhas, os jovens apenas desenham os dois círculos na época dos rituais. A pintura do corpo, realizada pelas mulheres, processa-se diferentemente nos homens, de acordo com as categorias de idade, sendo utilizado o sumo do jenipapo, a fuligem de carvão e o urucum. Alguns dos padrões mais comuns são as listas e faixas pretas nas pernas e nos braços. As mãos, os pés e as faces recebem pequeno número de padrões representativos da natureza, de modo especial, a fauna (Fénelon Costa, 1968).
A cestaria, feita tanto pelos homens como pelas mulheres, apresenta motivos trançados inspirados na fauna, como partes do corpo dos animais (Taveira, 1982). A arte cerâmica é exclusiva das mulheres, apresentando os mais variados tipos e motivos, desde utensílios domésticos, como potes e pratos, até bonecas com temas mitológicos, rituais, da vida cotidiana e da fauna.
Motivo de grande interesse dos turistas que visitam as aldeias Karajá, de modo especial nas temporadas da praias do rio Araguaia (junho, agosto e setembro), as bonecas Karajá tornaram-se mais um meio de subsistência do grupo.
Atividade única das mulheres, estas figuras de cerâmica tiveram no passado e ainda têm uma função lúdica para as crianças, mas também é instrumento de socialização da menina, conforme estudou Heloisa Fenélon Costa (1968), onde são modeladas dramatizações de acontecimentos da vida cotidiana. O contato imprimiu modificações quanto ao tamanho (se tornaram maiores) e ao material utilizado, como tinturas químicas. Entretanto, os motivos figurativos e padrões decorativos são mantidos pelas ceramistas mais novas, que inclusive ressaltam figuras dos mitos e dos ritos. É muito comum encontrar as bonecas karajá em lojas de artesanato ou nos museus das cidades.
A plumária é muito elaborada, tendo uma relação direta com os rituais. Com a dificuldade de captura de araras, ave de grande interesse para os Karajá, esta arte tem sido reduzida na sua variedade, permanecendo apenas alguns enfeites, como o lori lori e o aheto, muito usados no ritual de iniciação dos meninos.
Cosmologia
O mito de origem dos Karajá conta que eles moravam numa aldeia, no fundo do rio, onde viviam e formavam a comunidade dos Berahatxi Mahadu, ou povo do fundo das águas. Satisfeitos e gordos, habitavam um espaço restrito e frio. Interessado em conhecer a superfície, um jovem Karajá encontrou uma passagem, inysedena, lugar da mãe da gente (Toral, 1992), na Ilha do Bananal. Fascinado pelas praias e riquezas do Araguaia e pela existência de muito espaço para correr e morar, o jovem reuniu outros Karajá e subiram até a superfície.
Tempos depois, encontraram a morte e as doenças. Tentaram voltar, mas a passagem estava fechada, e guardada por uma grande cobra, por ordem de Koboi, chefe do povo do fundo das águas. Resolveram então se espalhar pelo Araguaia, rio acima e rio abaixo. Com Kynyxiwe, o herói mitológico que viveu entre eles, conheceram os peixes e muitas coisas boas do Araguaia.
Depois de muitas peripécias, o herói casou-se com uma moça Karajá e foi morar na aldeia do céu, cujo povo, os Biu Mahadu, ensinou os Karajá a fazer roças.
Existe uma correspondência simbólica entre a distribuição vertical dos referidos povos míticos e as atuais aldeias Karajá ao longo do vale do rio Araguaia. Os Xambioá são os Iraru Mahadu, o Povo de Baixo, ao norte do Araguaia. Os Karajá da ponta sul da ilha e os de Aruanã são alguns dos representantes do Povo de Cima, ou Ibóó Mahadu, e os Javaé, segundo alguns autores, são o Povo do Meio ou Itua Mahadu (Petesch, 1986 e Rodrigues, 1993). Esta distribuição das aldeias ao longo do Araguaia tem correspondência com a distribuição das casas numa única aldeia, como Santa Isabel, por exemplo, cujas casas formam duas linhas retas paralelas. Se imaginarmos estas duas retas paralelas de casas cortadas por duas transversais, formam-se três segmentos: as casas de cima (rio acima), as casas do meio e as casas de baixo (rio abaixo).
No ritual de iniciação masculina, conhecido como Hetohoky ou Casa Grande, os homens também se dividem em homens de cima, homens de baixo e homens do meio e, na disposição espacial das casas rituais, igualmente tem-se a casa pequena (rio abaixo), a casa grande (rio acima) e casa de Aruanã, que fica sempre no meio destas. Portanto, a localização das aldeias Karajá possui uma razão de ser nesse ou naquele local com relação ao Araguaia, assim como a disposição das casas de moradia, dos cemitérios, das casas rituais, segundo um simbolismo próprio à cultura karajá.
s mitos abordam temas muito variados como: a origem, o extermínio e o recomeço dos Karajá, a origem da agricultura, o veado e o fumo, a origem da chuva, a origem do sol e da lua, o mito de origem dos Aruanãs, as mulheres guerreiras, a origem do homem branco, entre muitos outros. Normalmente, estes mitos estão associados aos rituais e a temas sociais, como o papel dos gêneros, o casamento, o xamanismo e o poder político, as doenças e a morte, o parentesco, as plantações, as pescarias e o contato com os brancos.
A estrutura ritual dos Karajá tem dois grandes cerimoniais como referências: o rito de iniciação masculina, o Hetohoky, e a Festa de Aruanã, que apresentam ciclos anuais, baseando-se na subida e descida do rio Araguaia. Entre outros pequenos ritos, podem ser citados a pescaria coletiva de timbó, a festa do mel, a festa do peixe, além de inúmeros outros inclusos nos grandes rituais dos Aruanãs e do Hetohoky.
Os Karajá têm o rio Araguaia como um eixo de referência mitológica e social. O território do grupo é definido por uma extensa faixa do vale do rio Araguaia, a ilha do Bananal, que é a maior ilha fluvial do mundo, medindo cerca de dois milhões de hectares. Suas aldeias estão preferencialmente próximas aos lagos e afluentes do rio Araguaia e do rio Javaés, assim como no interior da ilha do Bananal. Cada aldeia estabelece um território específico de pesca, caça e práticas rituais demarcando internamente espaços culturais conhecidos por todo o grupo.
Território Karajá |
Demografia
Pode-se ter uma idéia dos números populacionais dos grupos de língua karajá a partir dos seguintes anos e dados:
Apesar do contato intenso com a sociedade nacional, tem-se registrado um aumento populacional dos Karajá, que continuam residindo no território tradicional. As aldeias de cada subgrupo estão distribuídas da seguinte maneira:
Karajá | Javaé | Xambioá | Total | Ano | Fonte |
---|---|---|---|---|---|
--- | --- | --- | 7,000 a 8,000 | 1775 | Fonseca, 1920 |
815 | --- | --- | --- | 1908 | Krause, 1908: 238 |
795 | --- | --- | --- | 1939 | Lipkind, 1948: 180 |
1.406 | --- | --- | --- | 1980 | Toral, 1992: 27 |
1.588 | --- | --- | --- | 1990 | Toral, 1992: 41 |
1.900 | 750 | 250 | 2.900 | 1995 | ISA, 1996: vii |
±1.500 | ±841 | 202 | ±2.593 | 1997 | Braggio, 1997 |
O subgrupo Javaé, nas margens do rio Javáes (braço do Araguaia que contorna a margem oriental da ilha do Bananal) e no interior da ilha, tinha por volta de 841 pessoas no ano de 1997, distribuídas em seis comunidades nos municípios de Formoso do Araguaia, Cristalândia e Araguaçu (Braggio, 1997).
O subgrupo Xambioá tinha, no mesmo ano, duas aldeias com 202 indivíduos (Braggio, 1997), no baixo Araguaia.
Dados da Funasa de 2006 revelam um total de 2.532 karajás (Funasa, 2006).
Histórico do contato
Os estudos históricos informam que os Karajá estiveram em disputa com outros povos indígenas como os Kayapó, os Tapirapé, os Xavante, os Xerente, os Avá-Canoeiro e, menos freqüentemente, com os Bororo e Apinayé, no intuito de salvaguardar seu território. Como resultado deste contato, houve a troca de práticas culturais entre os Karajá, os Tapirapé e os Xikrin (Kayapó).
Com relação ao contato com a sociedade nacional, os textos históricos informam ter havido duas frentes de contato com a sociedade nacional. A primeira é representada pela missões jesuítas da Província do Pará, assinalando a presença do Padre Tomé Ribeiro em 1658, que se encontrou com os Karajá do baixo Araguaia, provavelmente os Xambioá (ou os Karajá do Norte, como preferem ser chamados).
A segunda frente de contato está relacionada com as bandeiras paulistas rumo ao Centro-Oeste e Norte do Brasil, como a expedição de Antônio Pires de Campos, que se estima ter ocorrido entre os anos de 1718 a 1746. A partir destas, várias outras expedições visitaram os Karajá ao longo dos anos e estes foram obrigados a manter um contato constante com a nossa sociedade.
Suas aldeias foram alvos fáceis de inúmeras frentes religiosas, planos governamentais, visitas de presidentes da República como Getulio Vargas (1940) e Juscelino Kubistchek (1960), construção de um hotel de turismo luxuoso e inúmeras visitas de pesquisadores, escritores e jornalistas que retornavam as suas cidades com objetos culturais, como artefatos plumários, remos e as características bonecas de barro feitas pelas mulheres, como é o caso do etnográfo alemão Fritz Krause (1908), do etnográfo norte-americano William Lipkind (1938), do escritor José Mauro de Vasconcelos (década de 60) e dos governadores de Goiás, Henrique Santillo (1988) e do Tocantins, Siqueira Campos (1989).
O processo de contato permanente dos Karajá com a sociedade nacional fez com que eles adotassem bens culturais da sociedade envolvente (alimentação, língua, hábitos, ensino, religião entre outros). A complexidade cultural do grupo é invisível aos olhos não-índios quando, num primeiro momento, se deparam com as marcas do sofrimento impostas pelo contato: a tuberculose, o alcoolismo e a subnutrição, que aumentam a discriminação dos regionais e da população urbana.
Entretanto, os Karajá demonstram força de resistência, ao manter suas principais categorias culturais que os habilitam a negociar este mesmo contato e ao fazer permanecer viva a sua organização cultural e social, a sua identidade indígena, sem abrir mão da cidadania brasileira, participando inclusive como vereadores de cidades ribeirinhas.
Ciclo de vida
O nascimento de uma criança entre os Karajá é marcado socialmente pela regra da tecnonímia, isto é, quando os pais deixam de ser chamados pelos nomes próprios e passam a ser conhecidos como o pai ou a mãe de ego (aquele que nasceu). No caso do homem, o novo pai passa para uma outra categoria masculina.
O homem é tido como o responsável pela fecundação, sendo necessário copular várias vezes para, de forma gradual, formar a criança no ventre da mãe, considerada apenas como receptora. Após o nascimento, o recém-nascido é lavado com água morna e pintado de urucum.
Na infância, a criança fica a maior parte do tempo com a mãe e avós. Entretanto, a diferença entre os gêneros ganha maior proporção quando o menino chega à idade de sete a oito anos e tem o lábio inferior perfurado com osso de guariba. Depois, ao alcançar a faixa entre dez a doze anos de idade, o menino passa por uma grande festa de iniciação masculina denominada Hetohoky ou Casa Grande.
Eles são pintados com o preto azulado do jenipapo e ficam confinados durante sete dias numa casa ritual chamada de Casa Grande. Os cabelos são cortados e ele é chamado de jyre ou ariranha.
Na primeira menstruação, a moça passa a ser vigiada pela avó materna, ficando isolada. A sua aparição pública, quando está bem enfeitada com pinturas corporais e enfeites plumários para dançar com os Aruanãs, é muito prestigiada pelos homens.
O casamento ideal é aquele arranjado pelas avós dos nubentes, preferencialmente da mesma aldeia, quando os jovens estão aptos a ter relações sexuais. O casamento mais comum é a simples ida do rapaz para a casa da moça, o que pode ser precipitado se algum parente masculino, da parte dela, surpreende algum encontro do casal às escondidas. O homem, uma vez casado, passa a morar na casa da mãe da esposa, seguindo a regra matrilocal. Quando a família se torna numerosa, o casal faz uma casa própria, mas anexa àquela de onde saiu, caracterizando espacialmente a família extensa.
Assim, a mulher mais velha assume um papel central na unidade doméstica, enquanto o homem, com a idade, vai perdendo o prestígio político na praça dos homens, mas se tornando, em compensação, referência de poder espiritual, normalmente exercendo atividades xamanísticas.
No enterro Karajá, o morto é colocado com seus pertences numa esteira no fundo de uma vala; tudo é coberto por varas, lembrando uma casa, na frente do que se coloca uma espécie de pequeno mastro de madeira enfeitado. Outrora se fazia também o enterro secundário, hoje não mais realizado, que consistia em exumar o corpo e colocar os ossos numa vasilha de cerâmica, especialmente preparada pelas parentas do morto.
Homens e mulheres
Os Karajá estabelecem uma grande divisão social entre os gêneros, definindo socialmente os papéis dos homens e mulheres, previstos nos mitos.
Aos homens cabem a defesa do território, a abertura das roças, as pescarias familiares ou coletivas, as construções das casas de moradia, as discussões políticas formalizadas na Casa de Aruanã ou praça dos homens, a negociação com a sociedade nacional e a condução das principais atividades rituais, já que eles equivalem simbolicamente à importante categoria dos mortos.
As mulheres são responsáveis pela educação dos filhos até a idade da iniciação para os meninos e de modo permanente para as meninas, pelos afazeres domésticos, como cozinhar, colher produtos da roça, pelo cuidado com o casamento dos filhos, normalmente gerenciado pela avós, pela confecção das bonecas de cerâmica, que se tornaram uma importante renda familiar fomentada pelo contato, além da pintura e ornamentação das crianças, das moças e dos homens para os rituais do grupo. No plano ritual, elas são as responsáveis pelo preparo dos alimentos das principais festas e pela memória afetiva da aldeia, que é expressa por meio de choros rituais, especialmente quando alguém fica doente ou morre.
Os Karajá preferem a monogamia e o divórcio é censurado pelo grupo. Se a infidelidade do homem casado se torna pública, os parentes masculinos da mulher abandonada castigam severamente o infrator perante toda a aldeia, numa grande ação dramática, que pode tomar proporções maiores com o acirramento de ânimos entre os grupos domésticos envolvidos, resultando inclusive em queima da casa da família do marido. As mulheres de vida sexual pública, uma vez casadas e com suas unidades domésticas próprias, deixam de receber comentários reprovadores da comunidade, já que a constituição da família é um referencial cultural importante para os Karajá.
A aldeia
A aldeia é a unidade básica de organização social e política. O poder de decisão é exercido por membros masculinos das famílias extensas, que discutem suas posições na Casa de Aruanã. Não é raro haver rivalidades entre facções de grupos masculinos em disputa pelo poder político da aldeia. Com o contato, um dos homens é eleito "capitão" da aldeia e é responsável pelos assuntos políticos com os agentes externos, como Funai, universidades, ONGs, governos estaduais, entre outros.
Os Karajá têm ainda uma intrigante chefia que, no passado, parece ter tido duas funções: a ritual e a social. Uma criança, do sexo masculino ou feminino, era escolhida pelo chefe ritual, dentre aquelas a ele ligadas por linha paterna, para ser educada como sua sucessora. Tanto o chefe ritual quanto a criança escolhida ainda hoje recebem as mesmas dominações indígenas de ióló e deridu.
As divergências políticas entre aldeias são também comuns, mas a manutenção de uma solidariedade entre elas, motivada no passado pelas guerras contra outras etnias e, no presente, pela reivindicação de demarcação das terras, desocupação dos posseiros e fazendeiros da Ilha do Bananal, é reforçada pelos rituais que incentivam e celebram o encontro entre as aldeias.
Atividades de subsistência
A alimentação da comunidade é habitualmente a ictiofauna do rio Araguaia e dos lagos. Apreciam alguns mamíferos e demostram especial predileção na captura de araras, jaburus e colhereiros para enfeites plumários.
As roças são feitas nas matas-galeria, com a prática da coivara. Os registros etnográficos e históricos citam o cultivo do milho, da mandioca, da batata, da banana, da melancia, do cará, do amendoim e do feijão. Com as facilidades da cidade, estes produtos se reduzem hoje ao milho, banana, mandioca e melancia. Eles aproveitam também os frutos do cerrado, como o oiti e o pequi, e a coleta do mel silvestre. Às vezes, capturam reses criadas à solta na Ilha do Bananal para o consumo da carne, que não é apreciada pelos mais velhos.
Arte e cultura material
A cultura material karajá envolve técnicas de construção de casas, tecelagem de algodão, adornos plumários, artefatos de palha, madeira, minerais, concha, cabaça, córtex de árvores e cerâmica.
A pintura corporal é significativa para o grupo. Na puberdade, os jovens de ambos os sexos submetiam-se à aplicação do omarura, dois círculos tatuados nas faces onde a mistura da tinta do jenipapo com a fuligem do carvão era aplicada sobre a face sangrada pelo dente do peixe-cachorra. Hoje, devido ao preconceito da população das cidades ribeirinhas, os jovens apenas desenham os dois círculos na época dos rituais. A pintura do corpo, realizada pelas mulheres, processa-se diferentemente nos homens, de acordo com as categorias de idade, sendo utilizado o sumo do jenipapo, a fuligem de carvão e o urucum. Alguns dos padrões mais comuns são as listas e faixas pretas nas pernas e nos braços. As mãos, os pés e as faces recebem pequeno número de padrões representativos da natureza, de modo especial, a fauna (Fénelon Costa, 1968).
A cestaria, feita tanto pelos homens como pelas mulheres, apresenta motivos trançados inspirados na fauna, como partes do corpo dos animais (Taveira, 1982). A arte cerâmica é exclusiva das mulheres, apresentando os mais variados tipos e motivos, desde utensílios domésticos, como potes e pratos, até bonecas com temas mitológicos, rituais, da vida cotidiana e da fauna.
Motivo de grande interesse dos turistas que visitam as aldeias Karajá, de modo especial nas temporadas da praias do rio Araguaia (junho, agosto e setembro), as bonecas Karajá tornaram-se mais um meio de subsistência do grupo.
Atividade única das mulheres, estas figuras de cerâmica tiveram no passado e ainda têm uma função lúdica para as crianças, mas também é instrumento de socialização da menina, conforme estudou Heloisa Fenélon Costa (1968), onde são modeladas dramatizações de acontecimentos da vida cotidiana. O contato imprimiu modificações quanto ao tamanho (se tornaram maiores) e ao material utilizado, como tinturas químicas. Entretanto, os motivos figurativos e padrões decorativos são mantidos pelas ceramistas mais novas, que inclusive ressaltam figuras dos mitos e dos ritos. É muito comum encontrar as bonecas karajá em lojas de artesanato ou nos museus das cidades.
A plumária é muito elaborada, tendo uma relação direta com os rituais. Com a dificuldade de captura de araras, ave de grande interesse para os Karajá, esta arte tem sido reduzida na sua variedade, permanecendo apenas alguns enfeites, como o lori lori e o aheto, muito usados no ritual de iniciação dos meninos.
Cosmologia
O mito de origem dos Karajá conta que eles moravam numa aldeia, no fundo do rio, onde viviam e formavam a comunidade dos Berahatxi Mahadu, ou povo do fundo das águas. Satisfeitos e gordos, habitavam um espaço restrito e frio. Interessado em conhecer a superfície, um jovem Karajá encontrou uma passagem, inysedena, lugar da mãe da gente (Toral, 1992), na Ilha do Bananal. Fascinado pelas praias e riquezas do Araguaia e pela existência de muito espaço para correr e morar, o jovem reuniu outros Karajá e subiram até a superfície.
Tempos depois, encontraram a morte e as doenças. Tentaram voltar, mas a passagem estava fechada, e guardada por uma grande cobra, por ordem de Koboi, chefe do povo do fundo das águas. Resolveram então se espalhar pelo Araguaia, rio acima e rio abaixo. Com Kynyxiwe, o herói mitológico que viveu entre eles, conheceram os peixes e muitas coisas boas do Araguaia.
Depois de muitas peripécias, o herói casou-se com uma moça Karajá e foi morar na aldeia do céu, cujo povo, os Biu Mahadu, ensinou os Karajá a fazer roças.
Existe uma correspondência simbólica entre a distribuição vertical dos referidos povos míticos e as atuais aldeias Karajá ao longo do vale do rio Araguaia. Os Xambioá são os Iraru Mahadu, o Povo de Baixo, ao norte do Araguaia. Os Karajá da ponta sul da ilha e os de Aruanã são alguns dos representantes do Povo de Cima, ou Ibóó Mahadu, e os Javaé, segundo alguns autores, são o Povo do Meio ou Itua Mahadu (Petesch, 1986 e Rodrigues, 1993). Esta distribuição das aldeias ao longo do Araguaia tem correspondência com a distribuição das casas numa única aldeia, como Santa Isabel, por exemplo, cujas casas formam duas linhas retas paralelas. Se imaginarmos estas duas retas paralelas de casas cortadas por duas transversais, formam-se três segmentos: as casas de cima (rio acima), as casas do meio e as casas de baixo (rio abaixo).
No ritual de iniciação masculina, conhecido como Hetohoky ou Casa Grande, os homens também se dividem em homens de cima, homens de baixo e homens do meio e, na disposição espacial das casas rituais, igualmente tem-se a casa pequena (rio abaixo), a casa grande (rio acima) e casa de Aruanã, que fica sempre no meio destas. Portanto, a localização das aldeias Karajá possui uma razão de ser nesse ou naquele local com relação ao Araguaia, assim como a disposição das casas de moradia, dos cemitérios, das casas rituais, segundo um simbolismo próprio à cultura karajá.
s mitos abordam temas muito variados como: a origem, o extermínio e o recomeço dos Karajá, a origem da agricultura, o veado e o fumo, a origem da chuva, a origem do sol e da lua, o mito de origem dos Aruanãs, as mulheres guerreiras, a origem do homem branco, entre muitos outros. Normalmente, estes mitos estão associados aos rituais e a temas sociais, como o papel dos gêneros, o casamento, o xamanismo e o poder político, as doenças e a morte, o parentesco, as plantações, as pescarias e o contato com os brancos.
A estrutura ritual dos Karajá tem dois grandes cerimoniais como referências: o rito de iniciação masculina, o Hetohoky, e a Festa de Aruanã, que apresentam ciclos anuais, baseando-se na subida e descida do rio Araguaia. Entre outros pequenos ritos, podem ser citados a pescaria coletiva de timbó, a festa do mel, a festa do peixe, além de inúmeros outros inclusos nos grandes rituais dos Aruanãs e do Hetohoky.
Arte plumária Karaja
Para compreender a plumária Karajá é preciso entender a organização do de sua cosmologia. Existem três mundos miticos:
O Mundo das Águas, local de origem dos Karajá, onde está a aldeia dos
Berahatxi Mahãdu povo do fundo das águas peixes (peixe cuiú-cuiú, pirarucu);
O Mundo da Superfície, que é habitado pelos Karajá(podem ser tanto animais da floresta - veado, onça, raposa); e,
O Mundo do Céu, que é o nível celeste alcançado somente pelos xamãs (hari) durante as viagens espirituais e depois da morte. o plano celeste é governado por Xiburè, é habitado pelos Biuludu (habitantes do Céu) e dentre estes há os Ijasò do céu..
Para os Karajá não há uma distribuição dos animais nos planos cosmológicos como nós pensaríamos, os pássaros não estão sempre ligados ao Mundo do Céu ou os peixes ao Mundo das Águas.
O Urubu-Rei. Portando, não há entre os Karajá uma relação funcional ou utilitarista de classificação do mundo, como já alertou Lévi- Strauss (2010) ao falar do “pensamento selvagem”. Trata
-se de uma relação complexa entre os níveis cosmológicos que são mediados pelos xamãs a fim de manter o equilíbrio do cosmo.
A maior parte dos adornos de plumária é usada pelos mais jovens, a medida que a pessoa envelhece menos ela os usa. Ao mesmo tempo esses adornos estão, quase que em sua totalidade, relacionados aos rituais; estão presentes: na “dança dos Aruanã”.
O Leque de occipício A. conta a historia do heroi mitico Kanakiwe, que pressionou o Urubu Rei (representado pela harpia), a presentear sua tribo com tal representação do disco solar.
Feito com penas rêmiges de harpia (Harpya harpya); da garça branca (Casmerodius albus); penas de voo de arara Canindé (Ara ararauna); retriz de japu (Psarocolius decumanus); coberteiras de asa, provavelmente de arara-canga.
A estrutura e montada em estilete de estipe de palmeira de babaçu, penas são coladas com cera de abelha e amarradas a um suporte grosso de cordel de fios de algodão.
Os Brincos B são de uso masculino, principalmente em cerimônias, feitos com coberteiras inferiores da asa e plumas dorsais da arara-canga (ara macao) e da arara-vermelha (Ara chloroptera), o suporte é de pecíolo de tucum.
O leque de occipício C é feito com penas do de japu (Psarocolius decumanus) e da arara canga.
A coroa vertical D, usada por mulheres é adornada com plumas de da arara-canga (ara macao) e da arara-vermelha (Ara chloroptera).
Cerâmica Karajá
A arte cerâmica é exclusiva das mulheres, apresentando os mais variados tipos e motivos, desde utensílios domésticos, como potes e pratos, até bonecas com temas mitológicos, rituais, da vida cotidiana e da fauna.
Motivo de grande interesse dos turistas que visitam as aldeias Karajá, de modo especial nas temporadas da praias do rio Araguaia (junho, agosto e setembro), as bonecas Karajá tornaram-se mais um meio de subsistência do grupo.
Atividade única das mulheres, estas figuras de cerâmica tiveram no passado e ainda têm uma função lúdica para as crianças, mas também é instrumento de socialização da menina, conforme estudou Heloisa Fenélon Costa (1968), onde são modeladas dramatizações de acontecimentos da vida cotidiana. O contato imprimiu modificações quanto ao tamanho (se tornaram maiores) e ao material utilizado, como tinturas químicas. Entretanto, os motivos figurativos e padrões decorativos são mantidos pelas ceramistas mais novas, que inclusive ressaltam figuras dos mitos e dos ritos. É muito comum encontrar as bonecas karajá em lojas de artesanato ou nos museus das cidades.
Gramatica Karajá
Segundo o lingüista Aryon dall’Igna Rodrigues, a família Karajá, pertencente ao tronco lingüístico Macro-Jê, se divide em três línguas: Karajá, Javaé e Xambioá. Cada uma delas tem formas diferenciadas de falar de acordo com o sexo do falante. Apesar destas diferenças, todos se entendem. Em algumas aldeias, como em Xambioá (TO) e em Aruanã (GO), devido ao processo do contato com a sociedade nacional, o Português tem sido dominante.
No início da década de 1970, a Funai adotou um programa educacional bilíngüe e bicultural para alguns grupos, entre eles, os Karajá. Este programa, sob a orientação do Sociedade Internacional de Lingüística (Summer Institute of Linguistics), entidade que tem também objetivos religiosos, resultou na tradução da Bíblia na língua karajá.
A língua Karajá apresenta a ocorrência de uma quantidade excepcional de concordâncias, como por exemplo, entre os pronomes e os verbos. A pessoa do pronome -- seja primeira, segunda ou terceira- - é marcada às vezes até por quatro dos afixos do verbo.
1.2 kai -boho te- winy- maha- teny te 2a-PRO PL 2a-TR RV 2a-ASP 2a-PL 2a-TPAS 'Vocês todos continuamente o fizeram (lá).'
As consoantes sublinhadas no verbo do exemplo número 1 marcam a concordância gramatical dos afixos com o pronome plural da segunda pessoa. O sentido de pessoa é marcado quatro vezes, e o número plural uma vez. A convenção necessária para produzir as formas de estrutura de superfície terá a seguinte manifestação: quando a regra transformacional é aplicada, a propriedade [2a pessoa] é copiada do pronome e colocada no verbo. Portanto nisto consiste a convenção diferente: todos os afixos do verbo recebem esta propriedade [2a pessoa] -- seja do pronome, do adverbial ou até mesmo do tempo do verbo.
Esta convenção funciona bem para a sentence 1, pois neste caso todas as partes da frase verbal precisam desta propriedade de 2a pessoa, ou não-1a pessoa, para produzirem as realizações fonéticas próprias do léxico.
2. jiarþ boho r- e- winy- wahã- r- eny- r- e 1a-PRO PL TRL TR RV 1a-ASP TRL PL TRL TPAS "Nós continuamente o fazíamos (lá)'.
No exemplo número 2, a primeira pessoa manifesta a realização fonética numa única posição dentro da frase verbal. Neste caso, um outro tipo de concordância está sendo marcado nas mesmas posições onde a 2a pessoa é marcada na sentença número 1.
A concordância agora é de direção. Para verbos de movimento é a direção da ação (i. e. de lá para cá, ou daqui para lá). Em outros verbos é o local da ação (i. e. aqui, ou em outro lugar). A concordância de direção translocativa substituiu, neste exemplo, o que apareceu como concordância de pessoa nos outros exemplos (terceira pessoa é zero (ou nulo) neste caso, mas nas outras pessoas a direção e a pessoa são ambas marcadas).

3. kai -boho heto b- d -i- winy- mahã- b -d -eny-kre 2a-PRO PL N 2a CIS TR RV 2a-ASP 2a CIS PL FUT 'Vocês todos virão sempre para fazer uma casa'.
Nota-se que no exemplo número 3, a segunda pessoa, a direção cislocativa, e o número plural são marcados simultaneamente entre os afixos de aspecto e tempo futuro-- todas copiadas de outras categorias pela regra transformacional de concordância e colocadas aqui.
Segue um texto em Karajá:
Como Fazer Farinha
1. þnyde, ti-my-bo r-a—wi-dàþ-ma-hã-r-e my a-r-elyy-kre.
2. iny oworu my r-a-ma-hã-r-e majòa-tarasa my.
3. iny r-i-ta-ma-hã-r-e, idi ta, r-i-òka-ma-hã-r-e, òrana di.
4. juhu kòri uri-le r-i-ujuhe-ma-hã-r-e majòa.
5. idi ta r-i-òka-ma-hã-r-e.
6. r-i-òka my r-a-hu di ta, r-i-ruþ-ny-ma-hã-r-e, i-ruþ-dàþ-na ò, i- ruþ-ràbu-ny my.
7. i-ruþ-ràbu-ny my r-a-hu di ta, d-i-wy-ma-hã-d-e hãwo-ro ò tõdee r-i-tõdee-ny-kre my.
8. owitxà-na di r-i-owitxà-ma-hã-r-e.
9. r-i-owitxà-ma-hã-r-e r-a-hu di tahe, inatyhy my r-i-tàdi-ma-hã-r- e ijàre-na ò, heòty r-i-too-na ò.
10. ijàre-na r-a-tòtee ò tahe, r-i-txiwi-ma-hã-r-e, majòa-nyde.
11. tai ta r-i-wi-ny-ma-hã-r-e may-rehe di le, sþ juhu òwòru-may-rehe di.
1. 5.
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.
10. 11.
1.6.
Tradução Livre
Eu vou contar como é que a farinha de mandioca é feita. Primeiro a gente tira a mandioca da roça.
Depois disto é ralada com um ralador.
Mas primeiro a casca é tirada
e depois é ralada.
Quando se termina de ralar é colocada na prensa para espremer o suco.
Quando isto esta terminado é levado à canoa para amolecer os pedagos.
É peneirada com a peneira.
Quando esso está terminado, só então é colocada na panela de torrar, em cima do fogo. Então, depois de torrada, sai a farinha de mandioca.
É mexida agora com um facão. Originalmente era um facão de madeira.
Analise do Texto
Na seguinte análise as estruturas subjacentes são postuladas para cada uma das sentenças complexas. Seguem-se as sugeridas transformações aplicáveis na derivação da estrutura de superfície. As partes que são colocadas por transformações nas sentenças simples são sublinhadas e deixadas em branco.
As partes implícitas (ou de contexto subsequente ou prévio) são colocadas entre parênteses.
Vocabulario Karajá/Portugues e Inglês
a sua (de você) / suya (de usted) / your
aàdòny deitado, estar / estar acostado / deitado / to be lying down
aaxiny amolecer / ablandar / to soften
abe café / café / coffee
abirena amante / amante / lover
àbò onda / ola / wave
abòròrò jacaré / yacare / alligator
abuare voltar / volver / to return
abyny partir / partir / to depart
adedorani arara / guacamayo / macaw
adedura arara vermelha / guacamayo rojo / red macaw
aderana prostituta / prostituta / prostitute
aderòna perfume / perfume / perfume
adi mãe (sua) / madre (suya) / madre (your)
adòròtòhona café da manhã / desayuno / breakfast
ahadu mês / mes / month
ahana fora / fuera / outside
ahàriny tratar / tratar / to take care
ahi, ahini muriçoca / esp. de zancudo / a kind of mosquito
ahiny chorar (homem) / llorar (hombre) / to cry (man)
ahirana fezes, excremento / excremento / excrement
aho lago / laguna / lake
ahohokyn lago grande / lago largo / great lake
ahola lobo / lobo / wolf
ahu acabar, destruir / acabar, destruir / to finish, to destroy
ahylòi vomitar / vomitar / to vomit
ajuròna cabaça / calabaza / gourd, calabash
alòsena prato / plato / dish
anarynyn festival / festival / festival
aõ coisa / cosa / thing
aõbina guerra / guerra / war
aõbo (interrogativo) / (interrogativo) / (interrogative)
aõherekibo porque / porqué / why
aõherekiwe porque / porqué / why
aõheretasyn o que há? / que hay? / what ?
aõkõ (negação) / (negación) / (negation)
aõma (hesitação) / (hesitación) / (hesitation)
aõmy coisas / cosas / things
aõmysyndàyn trabalhar / trabajar / to work
aõna abacaxi / ananá, piña / pineapple
aõnaaõna coisas / cosas / things
aõni monstro / monstruo / monster
aõnosõ generoso / generoso / generous
aõtaxiny apesar de / a pesar de / in spite of
aõtxino qualquer lugar / cualquier sitio / any place
aòwòny subir / subir / to go up
ara cará / esp. de raiz / a kind of root
àralahu kaiapó, o povo / el puelbo kaiapo / the Kaiapo people
àre parte, pedaço / parte / part
àreàre quebradinho / quiebradito / broken
aria contar / contar / to count
àro quebrar / quebrar / to break
àrò rã / rana / frog
àròby macaco / mono / ape, monkey
arybe falar / hablar / to speak
àrysa xavante, o povo / el pueblo xavante / the Xavante people
àseny desatar / desatar / to untie
àsetere corrente / corriente / current
asi grama, capim, relva / césped / grass
asu bauba (esp. árvore) / esp. de arból / bauba tree
àtara colher / coger / to gather, to catch
atariny inchar / hinchar / to swell
atàynny acontecer / acontecer / to happen
àtora peixe / pez, pescado / fish
atxi localizar em / localizar en / to localize at
aty derrubar / derrumbar / to throw down
awi bom / bueno / good
awiny ccantar / cantar / to sing
axiò braço / brazo / arm
axiòti ombro / hombro / shoulder
axiwera pimenta / ají / pepper
bàde mundo, sabedoria / mundo, sabiduria / world, wisdon
bàderaty fruta / fruta / fruit
bàdero campo / campo / field
bàdi mel / miel / honey
bàdiu floresta / bosque / forest
bàdòlee pirarucu / pirarucu, esp. de pez / pirarucu fish
bàrò dorso / dorso, espalda / dorsal
bàrure enxada / azada / hoe
bàte você (outro) / usted, tu (otro) / you (other)
be tornar-se / tornarse / to become
be água / agua / water
beà porto / puerto / port
beàti barranca / barranco / ravine
behyra cesta / canasta / basket
benora tucunaré, esp. de peixe / esp. de pescado / a kind of fish
beòra ano / año / year
bera água / agua / water
bero rio / río / river
bina mau / malo / bad
biòwa amigo / amigo / friend
biri periquito / perico / parakeet
bisa arara azul / guacamayo azul / blue macaw
biu chuva / lluvia / rain
biurasò manhã / mañana / morning
biuwetòky céu / cielo / sky
biuyrina afastador de chuva (objeto)
bo (interrogação) / (interrogación) / (interrogation)
bohetu não sei / no sé / I dont know
boho (plural) / (plural) / (plural)
boo seu pai (de você) / su padre / your father
bòò sul / sud, sur / south
bòre comida / comida / food
bòrò planta vegetal; arraia / raya / ray (fish)
bosu disenteria / disentería / dysentery
botuny juntar / juntar / to join
brasa limpar / limpiar / to clean
brobure caracol, caramujo / caracol / periwinkle
bròre veado / venado / deer
broreni vaca / vaca / cow
browetya no meio das costas / nel medio de la espalda / in the middle of back
bru resina / resina / resin
bryby cinzas / cenizas / ash
brybysi pó, poeira / polvo / dust
budòe veado / venado / deer
budòene carneiro / carnero / sheep
buhã boto / golfin / dolphin
butu todo / todo / all
butxi pote / pote / pot, jar
byre tapete / alfombra / carpet
dàà meu filho ! / mi hijo ! / my son !
dàyn (causativo) / (causativo) / (causative)
dàynbò caçula / el hijo menor / the youngest son
debò mão, dedo / mano, dedo / hand, finger
debò ratin dorso da mão / dorso de la mano / the dorsal of hand
debò ube palma da mão / palma de la mano / palm of the hand
debòna arma / arma / arm, weapon
debòohona junta / junta / joint
debòsohoji seis / seis / six
dee carne / carne / meat, flesh
deei filha / hija / daughter
dei penas de enfeite / plumas ornamentales / ornamental featers
deiãsyn nariz / nariz / nose
deiasyn uy narinas / ventanas / nostrils
dejue peixe / pez, pescado / fish
dela irmão mais velho / hermano más viejo / older brother
delete veia / vena / vein
denideni gordo / gordo / fat
deõdàynnany emagrecer / enmagrecer / to become thin
deòdu servo / sierve / slave
deòreru rede de pesca, tarrafa / red, atarraya / fish-net
deòruty antebraço / antebrazo / forearm
deòte fila / fila, cola / row, file
deòru cotovelo / codo / elbow
dera camisa / camisa / shirt
dera ódio / odio / hate
deratyti asa / ala / wing
deròwy substituto / substituto / substitute
dexi pulseira / pulsera / bracelet
dexiò unha / uña / nail
deyn (interj. de assentimento) / (interj. de asentimiento) / (assent injerct.)
deysa alegria / alegría / joy
di com / con / with
do (indicador de agente; agentivo) / (agentivo) / (agentive)
dò isca / carnada, cebo / bait
dohodàyn conselho / consejo / counsel
dohodàynnaheto casa de conselhos / casa de consejos / counsel house
dòre papagaio / loro / parrot
dori porque / porque / because
dòròtò língua / lengua / tongue
dòròtòijera saliva / saliva / spittle
dy levar / llevar / to carry
dyy cinzas / cenizas / ash
e procurar / buscar / to look for
eàlà agradecer / agradecer / to thank for
ele fôlego, respiração / aliento, respiración / breath
eledày apressar / apresurar / to hasten
elehyny descansar / descansar / to rest
eny (plural) / (plural) / (plural)
eòsa errar / errar / to make a mistake
eòtany suspeitar / sospechar / to suspect
eri tocar, encostar / tocar / to touch
ery saber / saber / to know
erydàyndu professor / maestro / teacher
eryn irmã (de você) / hermana (de usted) / sister (your)
eryri macaúba / esp. de palmera / a kind of palm tree
esõ linha de costurar / hilo para costura / thread to sew
esõde algodão / algodón / cotton
esu brigar, lutar / bregar, luchar / to fight
etehe olhar / mirar, ojear / to look
etehõ buriti / esp. de palmera / a kind of palm tree
exi (reflexivo) / (reflexivo) / (reflexive)
exiòka coçar / rascar / to scratch
exiraõ paciência / paciencia / patience
ha achar / allar / to find
hãbu homem, macho / hombre, macho / male, man
hãju paca / paca / paca, spotted cavy
hàkynna reter / retener / to retain
hãlàbu sangue / sangre / blood
hãlòe jaguar / jaguar / jaguar
hãloeni gato / gato / cat
hãloo buraco / hueco / hole
hãnie galinha / gallina / hen
hãniehãbu galo (lit. galinha-macho) / gallo / cock
hãretu barbado (esp. de peixe) / esp. de pescado / a kind of fish
hàri xamã / paye / shaman
hãriwa peixe semelhante ao pacu / pacu, esp. de pescado / pacu like-fish
hãru ciúme / celos / jealousy
hãwa aldeia / aldea / village
hãwãhãkyn cidade (lit. aldeia-grande) / ciudad / city
hãwãlò colina, monte / monte / hill, mount
hãwò canoa / canoa / canoe
hãwydyra tatupeba / esp. de armadillo / a kind of armadillo
hãwyy mulher / mujer / woman
haynseny vazar / vaciar / to empty
hayny abrir canoa / abrir canoa / to dig a canoe
he (forma de hesitação) / (manera de hesitación) / (hesitation form)
he depois / despues / after
heji avançar / avanzar / to advance
heka (verbo auxiliar) / (verbo auxiliar) / (auxiliary verb)
hemylala cobra / culebra / snake, cobra
hemyny chegar / llegar / to arrive, to reach
heny escapar, fugir / huir / to escape
heòty fogo / fuego / fire
hera cozinhar / cocinar / to cook
heri casar / casar / to marry
herina cama / cama / bed
hete bater / batir / to beat
heto casa / casa / house
hety cobertor / cobertor / blanket; comida / comida / food
hetyny cobrir / cubrir / to cover
hewou seguinte / siguiente / next
hirari menina / niña / young girl
hire gavião / gavilán / hawk
hoho (negativo enfático) / (negación enfatica) / (emphatic negative)
hokuja escutar / escuchar / to listen
hòny partir / partir / to depart
hoòte emprestar / prestar / to lend, to borrow
hõrõ possessão / posesión / possession
hòte borduna / clava / stick
howyn seio / seno / breast
howynsy leite / leche / milk
hydyny encher / llenar / to fill
hyna vasilha / vasija / vessel
hynde sim / sí / yes
hywe-ràbi lado esquerdo / lado isquierdo / left side
i estar aqui / estar aqui / to be here
ia cavar / cavar / to dig
ibàree doce / dulce / sweet
ibuare voltar / volver / to return
ibuny soprar / soplar / to blow
ibute poucos / pocos / few
ibutxu apertado / apretado / tight
ibyny trocar / cambiar / to change
ida ou / o / or
idere cozinhar / cocinar / to cook
idi e, então / e,y, entonces / and, then
ie procurar / buscar / to look for
iehehe indisciplinado / indisciplinado / undisciplined
iheruxe irmão mais novo / hermano más nuevo / younger brother
ihetxi antigamente / antiguamente / long ago
ijàdoma moça / muchacha / girl
ijàra correr / correr / to run
ijare lagarta / oruga / caterpillar
ijarelàtyn casulo / capullo / cocoon
ijàrena farinha / harina / flour
ijasò dança, espírito / espiritu / spirit; peixe / pez, pescado / fish
ijata banana / banano, plátano / banana
ijàti beira d'água, margem, porto / margen, puerto / riverside, port
ije procurar, batoque / buscar / to look for
ijeradu corredor / corredor / corridor
ijeti lábio inferior / labio inferior / lower lip
ijò abertura / apertura / hole
ijõ outro / otro / other; próximo / cerca / near
ijohona lugar de conselho / sitio de consejo / counsel place
ijoi grupo de homens / grupo de hombres / men's group
ijòrò raposa / raposa / fox
ijòròsa cachorro / perro / dog
ijòsiri bigode / bigote / mustache
ijòsiwi assobio / silbido / whistle
ijòta boca de cano / boca de caño / tube mouth
ijòtàbòna porta / puerta / door
ijoti barranca / barranco / ravine
ijyy história / historia / story
ikona último / último / last
ikotxiny atravessar / atravesar / to cross
ilàby preto / negro / black
inataõ três / tres / three
inatxi dois / dos / two
inatyhy verdade / verdad / true
inaubiòwa quatro / cuatro / four
iny pessoas / personas / people; nós / nosotros / we
iò amigo / amigo / friend
iòde bochecha / moflete, mejillas / cheek
iõhi comida para festa / comida para fiesta / party food
iòhò fechar / cerrar / to close
iòlò rei / rey / king
iòry ir para / ir para / to go to
iòwe alimentar-se / alimentarse / to feed (refl.)
iràbi de lá / de allá / from there
iràbu secar / secar / to dry
irarytxyny espremer / exprimir / to press out
iratàbòna tampa / tapa / lid, cover
irehe longe / lejos / far
iretynhi puxar / tirar / to pull
iri abandonar, deixar / abandonar, dejar / to abandon, to let
irò comer (só carne) / comer solamente carne / to eat meat
irò podre / podre, podrido / rotten
irodu animal / animal / beast
iru vivo / vivo / alive
irurehe arrastar / arrastrar / to drag
iruriny escovar algo / cepillar algo / to brush something
iruyn ralar / rallar / to grate
iruyre cinco / cinco / five
iry boca dele / boca de él / his mouth
ise mãe dele / madre de él / his mother
isò vermelho / rojo / red
isuisu sujo / sucio / dirty
isyn morada / morada / dwelling
iteò enviar / enviar / to send
iterany demandar, exigir / demandar, exigir / to demand, to require
itobi avisar, informar / avisar, informar / to advise, to inform
itõdeny amaciar / ablandar / to soften
itoruny empurrar / empujar / to push
ituede esgotar / agotar / to exhaust, to drain
ituu molhado / mojado / wet
itxeò marcador de túmulo, cruz / cruzero / grave's mark, cross
itxere ver / ver / to see
ityhy confiar, crer / confiar, creer / to entrust, to trust
ityhydàyndu crente, cristão / creyente, cristiano / believing, christian
itynmyra novo / nuevo / new
ityyra descascar / descarcar / to bark
iurariny promessa / promesa / promise
iutxie pesado / pesado / heavy
iwebàse redondo / redondo / round
iweru sopa / sopa / soup
iwyriny rodar / rodear / to roll
ixàby, ixityre outra vez / otra vez / once again
ixe dançar / danzar, bailar / to dance
ixihena, ixiwòte desculpar / disculpar / to excuse
ixiura colar / collar / necklace
ixiwòtena refúgio / refugio / refuge
ixiwouritere aborrecimento / aborrecimiento / dislike
ixixa acordar-se / despertarse / to wake up
ixiyràbule mesmo / mismo / same
ixyn porco / cerdo, puerco / pig
ixynju caboclo / campesino / peasant
iyja, iyla pequeno / pequeño / small
iyre banda, lado, meio / lado, médio / side, middle
jiaryn eu / yo / I, me
josiri queixo / quijada / chin
juteseri barba / barba / beard
juu dente / diente / tooth
juwàta piranha / piraña / piranha fish
juwyra sal (tupi) / sal / salt
juxu derramar / derramar / to spill
jyra sal (tupi) / sal / salt
kaa aquele / aquel, aquello / that one
kai você / usted / you
kaki aqui / aqui / here
kànau, kau ontem / ayer / yesterday
ke (imperativo) / (imperativo) / imperative)
ki em / en / in, at
kia aquele / aquel, aquello / that one
kie é isto, fim / és esto, fin / this is, end
ko em frente, antes / delante de / in front
kobe (interjeição) / (intejección) / (interjection)
kohe sim / sí / yes
kori você / usted / you; último / último / last
kòte desejo / deseo / desire
kowa ali / allí / there
kre (futuro) / (futuro) / (future)
ku, kyn (morfema de chamar) / (morfema de llamar ) / (calling morphem)
kynna duvidoso / dudoso / doubtful
labie avô / abuelo / grandfather
làdu origem / origen / origin
làhà favor / favor / favor
lahi avó / abuela / grandmother
lajirà irmão da mãe / hermano de la madre / mother's brother, tio materno / tío materno / maternal uncle
lala tipo de cesta / tipo de canasta / a kind of basket
làma a pé / a pié / on foot
lana irmã da mãe ou do pai / hermana de la madre o padre / mother's or father's sister
lana tio / tío / uncle
làsi jogo / juego, pelea / game
làsina lugar de brincar / sítio de jugar / play place
late peixe cachorra / esp. de pescado / a kind of fish
lau contra / contra / against
lawa camondongo / ratoncito / mouse
lawahakyn rato / ratón / rat
lawò canoa / canoa / canoe
le (enfático) / (enfático) / (emphatic)
lei boa, sucuri / anaconda / boa snake
lo entrar / entrar / to go in
loahi remédio / remedio / medicine, drug
lòbàròna semente, plantas / semilla, planta / plant, seed
lòròbàtò periquito / perico / parakeet
lòrulàdu piloto do barco / piloto del barco / pilot
lòti pescoço / pescuezo / neck
lòy peito / pecho / chest
lòynoho gravata / corbata / tie
lòysana laço / lazo / lace
luu amar / amar / to love
lynre verde, azul / azul / blue
lyy contar / contar / to count
maa fígado / hígado / liver
mahãdu grupo / grupo / group
mahãduny completar / completar / to complete, to finish
mai milho / maíz / corn
maiti cana de açucar / caña de azucar / sugar cane
maixàmo arroz / arroz / rice
mana joelho / rodilla / knee
màrõra mosquito / zancudo / mosquito
masajua assustar / asustar / to alarm
matuari velho / viejo / old man
mawa arma de fogo / arma de fuego / weapon
mawariòre revolver / revólver / revolver, gun
may faca / cuchillo / knife
mayràbu foice / hoz / scythe
mayrehe facão, machete / machete / large knife
mo (interrogativo) / (interrogativo) / (interrogative)
mohõ larva / gusano / worm
mona medicina / medicina / medicine
my obter / obtener / to obtain
mya manga / mango / mango
myhyn (continuativo) / (continuativo) / (continuative)
myna pedra / piedra / stone
myriwe peixe pequeno / pequeño pescado / small fish
myrõra mosquito / zancudo / mosquito
myta urtiga / ortiga / nettle
mytytamytyta tremer / temblar / to tremble
na vir / venir / to come; (nominalização); (determinativo)
nadi mãe (minha) / madre (mia) / mother (my)
nanany chover / llover / to rain
narehe chocar ovos / empollar huevos / to hatch egg
narihi remo / remo / oar
nawii ave, pássaro / ave, pájaro / bird
nawiie ema, avestruz / ñandu, avestruz / emu, ostrich
ni nome / nombre / name
nô pênis / penis / penis
nohewòru rabo / cola / tail
nohõ colar / collar / necklace
nohão animal de estimação / mascota / mascot, pet
noijesa flor / flor / flower
nonoe nevoeiro / niebla / thock fog
nore camisa / camisa / shirt
nõrõti orelha / oreja / ear
nõrõti rurena ouvido (orelha-furo) / oído (oreja-hueco) / ear (ear-hole)
ny (verbalizador) / (verbalizador) / (verbalizator)
nyhe dúbio / dudoso / dubious
nyryn senhor, ancião, homem / señor, anciano, hombre / sir, old man, man
õ dar / donar / to give
õ (negação) / (negación) / (negation)
õ art. indefinido / art. defininido / article
ò esperar / esperar / to wait; tronco / tronco / trunk
ò chifre / cuerno / horn
ò para, por / para, por / to
obàryra jaguar vermelho / jaguar rojo / red jaguar
obi ver / ver / to see
òbiti reto / recto / straight
òbitiny ajustar, endireitar / ajustar, corregir / to adjust, to straighten
obiu churrasco / churrasco / barbacue
obu chorar / llorar / to cry
obuny nadar / nadar / to swim
òby completar / completar / to complete, to finish
òde bochecha / moflete, mejillas / cheek
òhã tatu / armadillo / armadillo
òhãri carrapato / garrapatas / tick
òhãru perigoso / peligroso / danger
õhi comida para festa / comida para fiesta / party food
òhò abandonar, sair / abandonar, salir / to abandon, to go out
òhò voar / volar / to fly
òhòny sair / salir / to go out
òhotibedu curandeiro / curandero / medicine man
õhõtiny pensar / pensar / to think
õhõtisana enfeite para orelha / afeite para la oreja / ears ornament
òlàdu inimigo / enemigo / enemy
òlasi pequi / esp. de fruta / a kind of fruit
òluò enfeite para lábios / afeite para los labios / lips ornament
òluòni cedro / esp. de árbol / a kind of tree
òlynre óleo / azeite / oil
òmarurà tatuagem / tatuaje / tattoo
òmyta feijão / frijol / bean
òòby falar sobre / hablar / to spek about
òòse voltar / volver / to return
oràko esforçar-se / esforzarse / to strengthen (refl.)
òraru culpa, falta / culpa, falta / fault, sin
òraruna tabu / tabu / taboo
òreny brigar, lutar / bregar, luchar / to fight
òrera jacaré / yacare / alligator
orety costurar / costurar / to sew
õri anta / danta, tapir / tapir, anta
õrõ dormir / dormir / to sleep
òru testa / testa / forehead
òsana face, rosto, cara / rostro, cara / face
òsàna talvez / tal vez / maybe
osehewe ema, avestruz / ñandu, avestruz / emu, ostrich
òta espécie diferente / espécie diferente / different species
òtadu flerte / galanteo / flirtation
otàmany levantar / levantar / to lift
otàyny fazer / hacer / to do, to make
òteroti batata doce / camote / sweet potato
òti fumo, tabaco / tabaco / tobacco
òtii surpreender / sorprendiente / surprising
òtity cerca / cercado / fence
òtu tartaruga / tortuga / turtle
òtuni tartaruga pequena / tortuga pequeña / small turtle
otxixa borboleta / mariposa / butterfly
otxuruku aranha / araña / spider ; coruja / lechuza / owl
òwari seduzir / seducir / to seduce
owitxà peneirar / cernir / to sift
owo pilão / pilón, mortero / pestle
òwòna escada / escalera / stairs
òwòru feitiço; árvore / árbol / tree
oworu roça / roza, chacra / plantation
òwy preço / precio / price
ra cabeça / cabeza / head, sobrinha / sobrina / niece
ràbi de (genit.) / de (genit.) / of (genit.)
rabinabina arruinado / arruinado / ruined
ràbu matar, assassinar / matar, asesinar / to kill
rade cabelo / cabello, pelo / hair
raheto enfeite para a cabeça / afeite para la cabeza / head ornament
rahy lugar inabitado / sitio inhabitado / uninhabitaded place
rahyna segura cabeça; travesseiro / almohada / pillow
rajua gritar / gritar / to cry
ràki citar / citar / to quote
ralàby genro / yerno / son-in-law
ràma fome / hambre / hunger
raò esperar / esperar / to wait
rara urubu, esp. de / esp. de buitre / a kind of vulture
raradòò árvore, esp. de / esp. de árbol / a kind of tree
rarajie urubu, esp. de / esp. de buitre / a kind of vulture
rararesa urubu-rei / esp. de buitre / a kind of vulture
ràsyn comer / comer / to eat
ràsynna alimento / alimento / food
rati cabeça / cabeza / head
rati tyby crânio (cabeça-velha) / cráneo (cabeza-vieja) / skull (old-head)
ratisa laço / lazo / lace
reheny voltar / volver / to return
reroti corda / cuerda / rope, cord
rirany andar, caminhar / caminar / to walk
riu caçar / cazar / to hunt
ro dentro de / adentro de / inside of
ron dormir / dormir / to sleep
rooreheny demorar / demorar / to delay
rora visitar sexualmente / visitar para sexo / to visit for sex
roro furar / huecar / to bore
ròte entrar / entrar / to go in
ròteny fazer entrar / hacer entrar / to do to go in
roxi comer / comer / to eat
rua morder / morder / to bite
rube lágrima / lágrima / tear
rue olhos / ojos / eyes
rui mentir / mentir / to lie
rurawo círculo / circulo / circle
rure perfuração / perforación / perforation
ruruna-ràbi lado direito / lado derecho / right side
ruruny esforçar-se, reforçar / esforzarse / to strengthen (refl.)
rutin pernas / piernas / legs
ruu calça / pantalon / pants; noite / noche / night
ruuni melancia / sandía / watermelon
ruxe beleza; sobrancelhas / belleza; ceja / beauty; eyebrown
ruxetòeny penalizar / causar lástima / to pain
ry boca / boca / mouth
ry estrada, caminho / carretera, camino / road, path
rybe palavra, discurso / palabra, discurso / word, speech
rybeuni voz do espírito, eco / eco / echo
rybexi saliva / saliva / spittle
rynana cadeira / silla / chair
ryri piranha preta / esp. de pescado / a kind of fish
ryryry chamar repetidamente / llamar repetidamente / to call over and over
sa doer / doler / to ache
sàbeny banhar-se / bañarse / to bath yourself
samo fruta de oiti / esp. de fruta / a kind of fruit
sàmo pequeno / pequeño / small
sàny imitar / imitar / to imitate
se dançar / danzar, bailar / to dance
sei gafanhoto / langosta (insec.) / grasshopper
seõny duvidar / dudar / to doubt
seriòre criança de minha mãe / niño de mi madre / child of my mother
si ovo / huevo / egg
sidàyn botar / poner / to put
sihe tirar / quitar / to draw out
sihòny pentear / peinar / to comb
sira zangar-se / aburrir / to anger
sirany ser difícil / ser difícil / to be difficult
sõ queimar / quemar / to burn
sòbe (exclamação) / (exclamación) / (exclamation)
sohoji um / uno / one
sòny amadurecer / madurar / to ripen
soruny ferir / herir / to wound
sõwe muitas / muchas / many
su terra, solo / tierra / earth, soil
suu lábio superior / labio superior / upper lip
subàròrò lama / lama / mud
sy misturar / mesclar / to mix
syn lar, família / familia / family
synbina triste / triste / sad
syraru lago / lago / lake
tà tirar / quitar / to draw out
ta dele mesmo / de él mismo / his self
ta tirar, remover / sacar, remover / to take away, to remove
tàbieny crescer / crecer / to grow up
tàbò comida doce / comida dulce / sweet food
tàburu piolho / piojo / louse
tàby pai (de você) / padre (de usted) / father (your)
tàbyhykyn grande / grande / large, big
tadi sua própria mãe / su propia madre / your own mother
tàdyny untar / untar / to grease
tai e, então / y, entonces / and, then
taina estrela / estrella / star
tàko molhar / mojar / to wet
tàlà casco de tartaruga / casco de tortuga / skull turtle
tàmona lugar de parar / sítio de paradeiro / stop place
tamy para ele, por ele / para él, por él / to him, by him
tànyny explicar, esclarecer / explicar, exclarecer / to explain, to clear up
tarawe periquito / perico / parakeet
tebò mão (de você) / mano (de usted) / hand (your)
telesõ coração / corazón / heart
teòny mandar sair / mandar salir
teòsiny mostrar / mostrar / to show
tere endurecer / endurecer / to harden
teriò árvore, esp. de / esp. de árbol / a kind of tree
tesewa garfo / tenedor / fork
tey enseada / ensenada / cove, inlet
teysa felicidade / felicidad / happiness
teyteny sarar, curar / sanar, curar / to cure
ti (interrogativo) / (interrogativo) / (interrogative)
ti osso / hueso / bone
tii ele / él / he
tiowotiny ajoelhar / arrodillar / to knee down
tirany rastejar / rastrear / to trace
titàka amarrar os pés / atar los piés / to tie the feet
tiu quando / cuando / when
tò chupar (comer doces) / chupar / to suck
tòeny recusar / recusar / to refuse
tòera abóbora / zapayo / pumpkin
tõhewòru rabo / cola / tail
tohouyn bebê / nene / baby
tore pirarara, esp. de peixe / esp. de pescado / a kind of fish
tori estrangeiro, estranho / forastero / stranger
toritori coruja pequena / lechuza pequeña / small owl
toriwani tucano / tucán / toucan
tòtee calor / calor / heat
tòteeny esquentar / calientar / to hot
tu aquele (previamente mencionado) / aquel, aquello / that one
tule também / también / also
tutyhyki a propósito / a proposito / by the way
txi estar localizado em / estar ubicado en / to be placed in
txiò espera! / espera! / wait!
txioro tarde / tarde / afternoon
txua rachar / rajar / to split
txudòera cupim / comején / termite
txutyty frio / frío / cold
txuu sol, dia / sol, dia / sun, day
txynte estúpido, louco / estúpido, loco / stupid, crazy
ty sementes; pele, casca, vagina / semillas, piel, cáscara, vagina / seeds, skin, bark, vagina
tya em cima de / arriba de / over
tyhy (superlativo) / (superlativo) / (superlative)
tyniny viagem / viaje / voyage
tynre verde, azul / azul / blue
tynteny enrolar, amarrar / amarrar / to tie
tynxi cheio / lleno / full
tynynraxiny perguntar / preguntar / to ask
tyre em cima / arriba / over
tyti terra seca / tierra seca / dry soil
tyyny vestir-se / vestirse / to dress oneself
tyyràti livro, escrita / libro, escrita / book, writting
tyytyby alma, pele velha / alma, piel vieja / soul, old skin
ubàròrò sombra / sombra / shadow
uberu temer, ter medo / temer / to fear, to be amazed
ujàmo bisbilhotice / comadreo / intrigue
uladu criança / niño / child
umy corpo, adulto / cuerpo, adulto / body, adult
umydela irmão mais velho / hermano más viejo / older brother
umyny crescer / crecer / to grow up
uni espírito, fantasma, cadáver / cadáver / soul, corpse
uò cheirar / olfatear / to smell
ura branco (cor) / blanco (color) / white (color)
urasaha pomba / paloma / dove
urena sempre / siempre / ever
uri confundir / confundir / to confound
urihi tentar / tentar / to try
urihimyò um pouco / poco / a little
urile só / solo / only, alone
urimynodu pobre / pobre / poor (n.)
uriny misturar / mesclar / to mix
uritere proibição / prohibición / forbidding
urò cruzar / cruzar / to cross
uru morrer / morir / to die
urua morder / morder / to bite
uruny escurecer / oscurecer / to darken
utxueny sorrir / sonreir / to smile
uwe capivara / capibara / capybara
uweju enfeite para orelha / afeite para la oreja / ears ornament
uwitxyna coador / colador / colander
uwo voar / volar / to fly
wa pé / pié / foot
wa posses. 1a. pes. / poses. 1a. pers. / posses. 1st. pers.
waa barriga / vientre / belly
wa bàròtin dorso do pé / dorso del pié / the dorsal of foot
wa loròò calcanhar / calcañar / heel
wa tyky corpo (minha roupa) / cuerpo (mi ropa) / body (my clothes)
wa ube planta do pé, sola do pé / planta del pié / sole
wabere esquilo / ardilla / squirrel
wàdàsi fumar / fumar / to smoke
waha meu pai / mi padre / my father
wahi dar / dar / to give
waitue vinte (lit. pés terminados) / veinte / twenty (lit. feet-off)
walabuu cabaça / calabaza / gourd, calabash
wariri tamanduá / tamanduá / anteater
waritidàyn negar / negar / to deny
wàse parecido / parecido / resembling
wasi escondido / escondido / hided
wasidu ladrão / ladrón / thief
wasiny roubar / robar / to rob
watxi veado do campo / venado del campo / field deer
watxini cabra / cabra / she goat
waura tucunaré / esp. de pescado / a kind of fish
wawiò vinte (lit. para o par de pés) / veinte / twenty
waxi anzol / anzuelo / fishhook
waxidu pescador / pescador / fisherman
we bater / batir / to beat
we em volta, cintura / a la vuelta; cintura / around; waist
we gordura, graxa / gordura, grasa / fat, slush
webàse redondo / redondo / round; largura / anchura / width
wedu dono / dueño / owner
wehyntyn estreito / estrecho / narrow
weluu fundura, profundidade/ hondura, profundidad / depth, profundity
were um meio / un médio / one half
wereysana cinto / cinto / belt
weriòò fumar cachimbo / fumar pipa / to smoke pipe
weryri intestinos, entranhas / intestino / intestine
weryry moço / muchacho, mozo / young man
weryrybò adolescente / adolescente / adolescent
wetxu cativo / cautivo / captive
wewena reunião / reunión / meeting
wii recíproco / reciproco / reciprocal
wii canção / canción / song, music
wiji hoje, agora / hoy dia, ahora / today, now
winy fazer / hacer / to do, to make
wiòwiò ambos os lados / ambos los lados / both side
witxi costela / costilla / rib
witxi diferente / diferente / different
wiu canção / canción / song, music
wodàyn barulho / barullo / noise
wolohara latir / latir / to bark
woma machado, metal / hacha, metal / axe, metal
woo lugar das emoções / sitio de las emociones / emotions place
woràna pintura facial, urucu / pintura de la cara, achiote / facial painting; a kind of pigment
woro acender o fogo / encender el fuego / to light the fire
wotàmony ferir seriamente / herir seriamente / to wound seriously
wòtenany esconder / esconder / to hide
wotòeny sentir pena de outro, lastimar / lastimar / to regret
woudò verme, lombriga / lombriz / worm
wy carregar, pegar / cargar, agarrar / to carry, to take
wy rápido / rápido / fast
wydyna regra, governo / regla, gobierno / rule, government
wyhy flecha / frecha / arrow
wylana meu tio / mi tío / my uncle
wyra verão, estação da seca / verano / summer
wytese viúva / viuda / widow
wytyresa serpente (esp. de) / esp. de serpiente / a kind of serpent
xãwi bastante / bastante / enough
xibure esperança, desejo / esperanza, deseo / hope, desire
xie afastar / alejar / to move away
xiery porque / porque / because
xiwe oferta / oferta / offer
xiwede orgulho / orgullo / proud
y comer / comer / to eat
yhy vento / viento / wind
ykara ódio / odio / hate
yla pequeno / pequeño / small
yni ficar em pé / quedar-se de pié / to stay up
ynjiura mandioca / yuca / manioc
ynnyde farinha de mandioca / harina de yuca / manioc flour
ynnyra areia / arena / sand
ynraxi perguntar / preguntar / to ask
yràbu guardar; gentileza / guardar; gentileza / to keep; kindness
yse raspar, coçar / raspar, rascar / to scrape, to scratch
ywa jatobá / esp. de árbol / a kind of tree
ywiny consertar / arreglar / to repair
yy saia / saya / skirt
Nota sobre as fontes
As referências sobre os Karajá somam aproximadamente 900 títulos (860 dos quais constam na conhecida Bibliografia Crítica da Etnologia Brasileira, de Herbert Baldus), uma vez que, devido à facilidade de navegação do rio Araguaia no tempo das cheias, foram muito visitados por jornalistas, viajantes, missões, agências governamentais, fotógrafos e pesquisadores.
Entre os textos etnográficos mais antigos há a rica descrição de Paul Ehrenreich, que visitou os Karajá em 1888, depois de ter participado da segunda viagem de Karl von den Steinen ao Alto Xingu. Lançado em Berlim em 1891, seu trabalho foi traduzido para o Português por Egon Schaden e publicado com introdução e notas de Herbert Baldus em 1948, com o título "Contribuições para a Etnologia do Brasil", que se inicia com a seção "As tribos Karajá do Araguaia (Goiás)". Depois temos a descrição bastante confiável de Fritz Krause, que viajou pelo Araguaia em 1908 e publicou "Nos sertões do Brasil".
Após esses pioneiros alemães, vem o antropólogo norte-americano William Lipkind, que publicou em 1948 sua etnografia sobre os Karajá com base em trabalho de campo realizado nos anos de 1938 e 1939. Vale notar que Herbert Baldus, que se dedicava nessa época ao estudos dos Tapirapé, nas suas passagens pelo Araguaia visitou os Karajá em 1935 e 1947, e escreveu três artigos que incluem dados que colheu entre eles: "Mitologia Karajá e Tereno", onde os mitos dos primeiros ocupam a maior parte do trabalho; "A mudança de cultura entre os índios do Brasil"; e "Tribos da bacia do Araguaia e o Serviço de Proteção aos Índios".
Nas décadas de 20 e 30 do século XX, várias expedições paulistas, incluindo jornalistas, fotógrafos e exploradores, viajam pelo rio Araguaia em busca da serra do Roncador e os Karajá são muitos visitados e noticiados. Em 1954, o arqueólogo Mário Ferreira Simões estuda as ceramistas da aldeias Karajá e os resultados estão em "Cerâmica karajá e outras notas etnográficas" (1992).
As etnografias modernas iniciam-se com a tese de livre docência de Maria Heloísa Costa Fénelon sobre a arte e o artista Karajá em 1968. Edna Luiza Taveira de Melo publica, em 1982, a sua tese de mestrado "Etnografia da cesta karajá". No mesmo ano, George R. Donahue Júnior defende a sua tese de doutorado pela Universidade da Virginia, oferecendo uma visão geral dos Karajá. Em 1987, a antropóloga francesa Nathalie Petesch apresenta uma proposta de classificação dos Karajá no quadro etnológico do Brasil Central e, no ano de 1991, Manuel Ferreira Lima Filho conclui sua tese de mestrado pela Universidade de Brasília sobre o rito de iniciação dos meninos Karajá. Depois, registram-se ainda três importantes teses sobre os Karajá: o mestrado de André Amaral de Toral (1992) pelo Museu Nacional, com uma etnografia mais ampla sobre os Karajá; e o doutorado de Nathalie Petesch pela Universidade de Paris X no mesmo ano.
É importante ressaltar ainda as considerações antropológicas sobre os efeitos da construção da Hidrovia Tocantins-Araguaia para os Karajá contida no relatório da FADESP de outubro de 1999.
Fontes de informação
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BALDUS, Herbert. Mitologia Karajá e Tereno. In: --------. Ensaios de etnologia brasileira. 2a. ed. São Paulo : Ed. Nacional ; Brasília : INL, 1979. p. 108-59. (Brasiliana, 101)
--------. A mudança de cultura entre os índios do Brasil. In: --------. Ensaios de etnologia brasileira. 2a. ed. São Paulo : Ed. Nacional ; Brasília : INL, 1979. p. 160-86. (Brasiliana, 101)
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BONILA JACOBS, Lydie Oiara. Reproduzindo-se no mundo dos brancos : estruturas Karajá em porto Txuiri (Ilha do Bananal, Tocantins). Rio de Janeiro : Museu Nacional, 2000. (Dissertação de Mestrado)
BRAGA, André Garcia. A demarcação de terras indígenas como processo de reafirmação étnica : o caso dos Karajá de Aruanã. Brasília : UnB/DAN, 2002. (Monografia de Graduação)
BRESIL : Arts prehistoriques, la conquete portugaise et l'art baroque, cultures indiennes, de l'esclavage a l'ere industrielle. Paris : SFBD Archeologia, 1992. 77 p. (Dossiers d'Archeologie, 169)
BRIGIDO, Suely Ventura. A poética dos ritmos e dos movimentos caóticos : uma leitura do espaço e do tempo, a partir dos conteúdos estéticos e culturais dos índios Karajá. Rev. da Academia Nacional de Música, Rio de Janeiro : Academia Nacional de Música, n. 11, p. 61-76, 2000.
BUENO, Marielys Siqueira. Macaúba : uma aldeia Karajá em contato com a civilização. Goiânia : UFGO, 1975. 92 p. (Dissertação de Mestrado)
CHIARA, Vilma. Les poupées des indiens Karajá. Paris : Université Paris X, 1970. 175 p. (Tese de Doutorado)
COMASTRI, Elane R. Martin et al. Plano de Manejo : Parque Nacional do Araguaia. Brasília : Ministério da Agricultura/IBDF/FBCN, 1981.
CONRAD, Rudolf. Weru Wiu : musik der maske weru beim Aruana-Fest der Karaja-Indianes, Brasilien. Bulletin de la Soc. Suisse des Américanistes, Genebra : Soc. Suisse des Américanistes, n. 61, p. 45-61, 1997.
COSTA, Maria Heloisa Fénelon. A arte e o artista na sociedade Karajá. Brasília : Funai, 1978. 196 p. (Originalmente Tese de Livre Docência na UFRJ, 1968).
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Tigrero : the film that was never made. Dir.: Mika Kaurismaki. Filme Cor, 35 mm, 1994.
Fonte: FORTUNE, David Lee (ILV), Gr. Macro-Ge, Karajá. ILV: Braz. KARAJA. KPJ ), (ILV) e PALHA, Fr. Luiz (parcial) Localização: Ilha do Bananal e rio Araguaia. Sinonímia Carajá.
[Colaboração de Victor A. Petrucci (ver links).]
Para compreender a plumária Karajá é preciso entender a organização do de sua cosmologia. Existem três mundos miticos:
O Mundo das Águas, local de origem dos Karajá, onde está a aldeia dos
Berahatxi Mahãdu povo do fundo das águas peixes (peixe cuiú-cuiú, pirarucu);
O Mundo da Superfície, que é habitado pelos Karajá(podem ser tanto animais da floresta - veado, onça, raposa); e,
O Mundo do Céu, que é o nível celeste alcançado somente pelos xamãs (hari) durante as viagens espirituais e depois da morte. o plano celeste é governado por Xiburè, é habitado pelos Biuludu (habitantes do Céu) e dentre estes há os Ijasò do céu..
Para os Karajá não há uma distribuição dos animais nos planos cosmológicos como nós pensaríamos, os pássaros não estão sempre ligados ao Mundo do Céu ou os peixes ao Mundo das Águas.
O Urubu-Rei. Portando, não há entre os Karajá uma relação funcional ou utilitarista de classificação do mundo, como já alertou Lévi- Strauss (2010) ao falar do “pensamento selvagem”. Trata
-se de uma relação complexa entre os níveis cosmológicos que são mediados pelos xamãs a fim de manter o equilíbrio do cosmo.
A maior parte dos adornos de plumária é usada pelos mais jovens, a medida que a pessoa envelhece menos ela os usa. Ao mesmo tempo esses adornos estão, quase que em sua totalidade, relacionados aos rituais; estão presentes: na “dança dos Aruanã”.
Arte plumária Karajá |
O Leque de occipício A. conta a historia do heroi mitico Kanakiwe, que pressionou o Urubu Rei (representado pela harpia), a presentear sua tribo com tal representação do disco solar.
Feito com penas rêmiges de harpia (Harpya harpya); da garça branca (Casmerodius albus); penas de voo de arara Canindé (Ara ararauna); retriz de japu (Psarocolius decumanus); coberteiras de asa, provavelmente de arara-canga.
A estrutura e montada em estilete de estipe de palmeira de babaçu, penas são coladas com cera de abelha e amarradas a um suporte grosso de cordel de fios de algodão.
Os Brincos B são de uso masculino, principalmente em cerimônias, feitos com coberteiras inferiores da asa e plumas dorsais da arara-canga (ara macao) e da arara-vermelha (Ara chloroptera), o suporte é de pecíolo de tucum.
O leque de occipício C é feito com penas do de japu (Psarocolius decumanus) e da arara canga.
A coroa vertical D, usada por mulheres é adornada com plumas de da arara-canga (ara macao) e da arara-vermelha (Ara chloroptera).
Cerâmica Karajá
A arte cerâmica é exclusiva das mulheres, apresentando os mais variados tipos e motivos, desde utensílios domésticos, como potes e pratos, até bonecas com temas mitológicos, rituais, da vida cotidiana e da fauna.
Motivo de grande interesse dos turistas que visitam as aldeias Karajá, de modo especial nas temporadas da praias do rio Araguaia (junho, agosto e setembro), as bonecas Karajá tornaram-se mais um meio de subsistência do grupo.
Atividade única das mulheres, estas figuras de cerâmica tiveram no passado e ainda têm uma função lúdica para as crianças, mas também é instrumento de socialização da menina, conforme estudou Heloisa Fenélon Costa (1968), onde são modeladas dramatizações de acontecimentos da vida cotidiana. O contato imprimiu modificações quanto ao tamanho (se tornaram maiores) e ao material utilizado, como tinturas químicas. Entretanto, os motivos figurativos e padrões decorativos são mantidos pelas ceramistas mais novas, que inclusive ressaltam figuras dos mitos e dos ritos. É muito comum encontrar as bonecas karajá em lojas de artesanato ou nos museus das cidades.
Gramatica Karajá
Segundo o lingüista Aryon dall’Igna Rodrigues, a família Karajá, pertencente ao tronco lingüístico Macro-Jê, se divide em três línguas: Karajá, Javaé e Xambioá. Cada uma delas tem formas diferenciadas de falar de acordo com o sexo do falante. Apesar destas diferenças, todos se entendem. Em algumas aldeias, como em Xambioá (TO) e em Aruanã (GO), devido ao processo do contato com a sociedade nacional, o Português tem sido dominante.
No início da década de 1970, a Funai adotou um programa educacional bilíngüe e bicultural para alguns grupos, entre eles, os Karajá. Este programa, sob a orientação do Sociedade Internacional de Lingüística (Summer Institute of Linguistics), entidade que tem também objetivos religiosos, resultou na tradução da Bíblia na língua karajá.
Jovens Karajás |
A língua Karajá apresenta a ocorrência de uma quantidade excepcional de concordâncias, como por exemplo, entre os pronomes e os verbos. A pessoa do pronome -- seja primeira, segunda ou terceira- - é marcada às vezes até por quatro dos afixos do verbo.
1.2 kai -boho te- winy- maha- teny te 2a-PRO PL 2a-TR RV 2a-ASP 2a-PL 2a-TPAS 'Vocês todos continuamente o fizeram (lá).'
As consoantes sublinhadas no verbo do exemplo número 1 marcam a concordância gramatical dos afixos com o pronome plural da segunda pessoa. O sentido de pessoa é marcado quatro vezes, e o número plural uma vez. A convenção necessária para produzir as formas de estrutura de superfície terá a seguinte manifestação: quando a regra transformacional é aplicada, a propriedade [2a pessoa] é copiada do pronome e colocada no verbo. Portanto nisto consiste a convenção diferente: todos os afixos do verbo recebem esta propriedade [2a pessoa] -- seja do pronome, do adverbial ou até mesmo do tempo do verbo.
Esta convenção funciona bem para a sentence 1, pois neste caso todas as partes da frase verbal precisam desta propriedade de 2a pessoa, ou não-1a pessoa, para produzirem as realizações fonéticas próprias do léxico.
2. jiarþ boho r- e- winy- wahã- r- eny- r- e 1a-PRO PL TRL TR RV 1a-ASP TRL PL TRL TPAS "Nós continuamente o fazíamos (lá)'.
No exemplo número 2, a primeira pessoa manifesta a realização fonética numa única posição dentro da frase verbal. Neste caso, um outro tipo de concordância está sendo marcado nas mesmas posições onde a 2a pessoa é marcada na sentença número 1.
A concordância agora é de direção. Para verbos de movimento é a direção da ação (i. e. de lá para cá, ou daqui para lá). Em outros verbos é o local da ação (i. e. aqui, ou em outro lugar). A concordância de direção translocativa substituiu, neste exemplo, o que apareceu como concordância de pessoa nos outros exemplos (terceira pessoa é zero (ou nulo) neste caso, mas nas outras pessoas a direção e a pessoa são ambas marcadas).

3. kai -boho heto b- d -i- winy- mahã- b -d -eny-kre 2a-PRO PL N 2a CIS TR RV 2a-ASP 2a CIS PL FUT 'Vocês todos virão sempre para fazer uma casa'.
Nota-se que no exemplo número 3, a segunda pessoa, a direção cislocativa, e o número plural são marcados simultaneamente entre os afixos de aspecto e tempo futuro-- todas copiadas de outras categorias pela regra transformacional de concordância e colocadas aqui.
Segue um texto em Karajá:
Como Fazer Farinha
1. þnyde, ti-my-bo r-a—wi-dàþ-ma-hã-r-e my a-r-elyy-kre.
2. iny oworu my r-a-ma-hã-r-e majòa-tarasa my.
3. iny r-i-ta-ma-hã-r-e, idi ta, r-i-òka-ma-hã-r-e, òrana di.
4. juhu kòri uri-le r-i-ujuhe-ma-hã-r-e majòa.
5. idi ta r-i-òka-ma-hã-r-e.
6. r-i-òka my r-a-hu di ta, r-i-ruþ-ny-ma-hã-r-e, i-ruþ-dàþ-na ò, i- ruþ-ràbu-ny my.
7. i-ruþ-ràbu-ny my r-a-hu di ta, d-i-wy-ma-hã-d-e hãwo-ro ò tõdee r-i-tõdee-ny-kre my.
8. owitxà-na di r-i-owitxà-ma-hã-r-e.
9. r-i-owitxà-ma-hã-r-e r-a-hu di tahe, inatyhy my r-i-tàdi-ma-hã-r- e ijàre-na ò, heòty r-i-too-na ò.
10. ijàre-na r-a-tòtee ò tahe, r-i-txiwi-ma-hã-r-e, majòa-nyde.
11. tai ta r-i-wi-ny-ma-hã-r-e may-rehe di le, sþ juhu òwòru-may-rehe di.
1. 5.
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.
10. 11.
1.6.
Tradução Livre
Eu vou contar como é que a farinha de mandioca é feita. Primeiro a gente tira a mandioca da roça.
Depois disto é ralada com um ralador.
Mas primeiro a casca é tirada
e depois é ralada.
Quando se termina de ralar é colocada na prensa para espremer o suco.
Quando isto esta terminado é levado à canoa para amolecer os pedagos.
É peneirada com a peneira.
Quando esso está terminado, só então é colocada na panela de torrar, em cima do fogo. Então, depois de torrada, sai a farinha de mandioca.
É mexida agora com um facão. Originalmente era um facão de madeira.
Analise do Texto
Na seguinte análise as estruturas subjacentes são postuladas para cada uma das sentenças complexas. Seguem-se as sugeridas transformações aplicáveis na derivação da estrutura de superfície. As partes que são colocadas por transformações nas sentenças simples são sublinhadas e deixadas em branco.
As partes implícitas (ou de contexto subsequente ou prévio) são colocadas entre parênteses.
Vocabulario Karajá/Portugues e Inglês
a sua (de você) / suya (de usted) / your
aàdòny deitado, estar / estar acostado / deitado / to be lying down
aaxiny amolecer / ablandar / to soften
abe café / café / coffee
abirena amante / amante / lover
àbò onda / ola / wave
abòròrò jacaré / yacare / alligator
abuare voltar / volver / to return
abyny partir / partir / to depart
adedorani arara / guacamayo / macaw
adedura arara vermelha / guacamayo rojo / red macaw
aderana prostituta / prostituta / prostitute
aderòna perfume / perfume / perfume
adi mãe (sua) / madre (suya) / madre (your)
adòròtòhona café da manhã / desayuno / breakfast
ahadu mês / mes / month
ahana fora / fuera / outside
ahàriny tratar / tratar / to take care
ahi, ahini muriçoca / esp. de zancudo / a kind of mosquito
ahiny chorar (homem) / llorar (hombre) / to cry (man)
ahirana fezes, excremento / excremento / excrement
aho lago / laguna / lake
ahohokyn lago grande / lago largo / great lake
ahola lobo / lobo / wolf
ahu acabar, destruir / acabar, destruir / to finish, to destroy
ahylòi vomitar / vomitar / to vomit
ajuròna cabaça / calabaza / gourd, calabash
alòsena prato / plato / dish
anarynyn festival / festival / festival
aõ coisa / cosa / thing
aõbina guerra / guerra / war
aõbo (interrogativo) / (interrogativo) / (interrogative)
aõherekibo porque / porqué / why
aõherekiwe porque / porqué / why
aõheretasyn o que há? / que hay? / what ?
aõkõ (negação) / (negación) / (negation)
aõma (hesitação) / (hesitación) / (hesitation)
aõmy coisas / cosas / things
aõmysyndàyn trabalhar / trabajar / to work
aõna abacaxi / ananá, piña / pineapple
aõnaaõna coisas / cosas / things
aõni monstro / monstruo / monster
aõnosõ generoso / generoso / generous
aõtaxiny apesar de / a pesar de / in spite of
aõtxino qualquer lugar / cualquier sitio / any place
aòwòny subir / subir / to go up
ara cará / esp. de raiz / a kind of root
àralahu kaiapó, o povo / el puelbo kaiapo / the Kaiapo people
àre parte, pedaço / parte / part
àreàre quebradinho / quiebradito / broken
aria contar / contar / to count
àro quebrar / quebrar / to break
àrò rã / rana / frog
àròby macaco / mono / ape, monkey
arybe falar / hablar / to speak
àrysa xavante, o povo / el pueblo xavante / the Xavante people
àseny desatar / desatar / to untie
àsetere corrente / corriente / current
asi grama, capim, relva / césped / grass
asu bauba (esp. árvore) / esp. de arból / bauba tree
àtara colher / coger / to gather, to catch
atariny inchar / hinchar / to swell
atàynny acontecer / acontecer / to happen
àtora peixe / pez, pescado / fish
atxi localizar em / localizar en / to localize at
aty derrubar / derrumbar / to throw down
awi bom / bueno / good
awiny ccantar / cantar / to sing
axiò braço / brazo / arm
axiòti ombro / hombro / shoulder
axiwera pimenta / ají / pepper
bàde mundo, sabedoria / mundo, sabiduria / world, wisdon
bàderaty fruta / fruta / fruit
bàdero campo / campo / field
bàdi mel / miel / honey
bàdiu floresta / bosque / forest
bàdòlee pirarucu / pirarucu, esp. de pez / pirarucu fish
bàrò dorso / dorso, espalda / dorsal
bàrure enxada / azada / hoe
bàte você (outro) / usted, tu (otro) / you (other)
be tornar-se / tornarse / to become
be água / agua / water
beà porto / puerto / port
beàti barranca / barranco / ravine
behyra cesta / canasta / basket
benora tucunaré, esp. de peixe / esp. de pescado / a kind of fish
beòra ano / año / year
bera água / agua / water
bero rio / río / river
bina mau / malo / bad
biòwa amigo / amigo / friend
biri periquito / perico / parakeet
bisa arara azul / guacamayo azul / blue macaw
biu chuva / lluvia / rain
biurasò manhã / mañana / morning
biuwetòky céu / cielo / sky
biuyrina afastador de chuva (objeto)
bo (interrogação) / (interrogación) / (interrogation)
bohetu não sei / no sé / I dont know
boho (plural) / (plural) / (plural)
boo seu pai (de você) / su padre / your father
bòò sul / sud, sur / south
bòre comida / comida / food
bòrò planta vegetal; arraia / raya / ray (fish)
bosu disenteria / disentería / dysentery
botuny juntar / juntar / to join
brasa limpar / limpiar / to clean
brobure caracol, caramujo / caracol / periwinkle
bròre veado / venado / deer
broreni vaca / vaca / cow
browetya no meio das costas / nel medio de la espalda / in the middle of back
bru resina / resina / resin
bryby cinzas / cenizas / ash
brybysi pó, poeira / polvo / dust
budòe veado / venado / deer
budòene carneiro / carnero / sheep
buhã boto / golfin / dolphin
butu todo / todo / all
butxi pote / pote / pot, jar
byre tapete / alfombra / carpet
dàà meu filho ! / mi hijo ! / my son !
dàyn (causativo) / (causativo) / (causative)
dàynbò caçula / el hijo menor / the youngest son
debò mão, dedo / mano, dedo / hand, finger
debò ratin dorso da mão / dorso de la mano / the dorsal of hand
debò ube palma da mão / palma de la mano / palm of the hand
debòna arma / arma / arm, weapon
debòohona junta / junta / joint
debòsohoji seis / seis / six
dee carne / carne / meat, flesh
deei filha / hija / daughter
dei penas de enfeite / plumas ornamentales / ornamental featers
deiãsyn nariz / nariz / nose
deiasyn uy narinas / ventanas / nostrils
dejue peixe / pez, pescado / fish
dela irmão mais velho / hermano más viejo / older brother
delete veia / vena / vein
denideni gordo / gordo / fat
deõdàynnany emagrecer / enmagrecer / to become thin
deòdu servo / sierve / slave
deòreru rede de pesca, tarrafa / red, atarraya / fish-net
deòruty antebraço / antebrazo / forearm
deòte fila / fila, cola / row, file
deòru cotovelo / codo / elbow
dera camisa / camisa / shirt
dera ódio / odio / hate
deratyti asa / ala / wing
deròwy substituto / substituto / substitute
dexi pulseira / pulsera / bracelet
dexiò unha / uña / nail
deyn (interj. de assentimento) / (interj. de asentimiento) / (assent injerct.)
deysa alegria / alegría / joy
di com / con / with
do (indicador de agente; agentivo) / (agentivo) / (agentive)
dò isca / carnada, cebo / bait
dohodàyn conselho / consejo / counsel
dohodàynnaheto casa de conselhos / casa de consejos / counsel house
dòre papagaio / loro / parrot
dori porque / porque / because
dòròtò língua / lengua / tongue
dòròtòijera saliva / saliva / spittle
dy levar / llevar / to carry
dyy cinzas / cenizas / ash
e procurar / buscar / to look for
eàlà agradecer / agradecer / to thank for
ele fôlego, respiração / aliento, respiración / breath
eledày apressar / apresurar / to hasten
elehyny descansar / descansar / to rest
eny (plural) / (plural) / (plural)
eòsa errar / errar / to make a mistake
eòtany suspeitar / sospechar / to suspect
eri tocar, encostar / tocar / to touch
ery saber / saber / to know
erydàyndu professor / maestro / teacher
eryn irmã (de você) / hermana (de usted) / sister (your)
eryri macaúba / esp. de palmera / a kind of palm tree
esõ linha de costurar / hilo para costura / thread to sew
esõde algodão / algodón / cotton
esu brigar, lutar / bregar, luchar / to fight
etehe olhar / mirar, ojear / to look
etehõ buriti / esp. de palmera / a kind of palm tree
exi (reflexivo) / (reflexivo) / (reflexive)
exiòka coçar / rascar / to scratch
exiraõ paciência / paciencia / patience
ha achar / allar / to find
hãbu homem, macho / hombre, macho / male, man
hãju paca / paca / paca, spotted cavy
hàkynna reter / retener / to retain
hãlàbu sangue / sangre / blood
hãlòe jaguar / jaguar / jaguar
hãloeni gato / gato / cat
hãloo buraco / hueco / hole
hãnie galinha / gallina / hen
hãniehãbu galo (lit. galinha-macho) / gallo / cock
hãretu barbado (esp. de peixe) / esp. de pescado / a kind of fish
hàri xamã / paye / shaman
hãriwa peixe semelhante ao pacu / pacu, esp. de pescado / pacu like-fish
hãru ciúme / celos / jealousy
hãwa aldeia / aldea / village
hãwãhãkyn cidade (lit. aldeia-grande) / ciudad / city
hãwãlò colina, monte / monte / hill, mount
hãwò canoa / canoa / canoe
hãwydyra tatupeba / esp. de armadillo / a kind of armadillo
hãwyy mulher / mujer / woman
haynseny vazar / vaciar / to empty
hayny abrir canoa / abrir canoa / to dig a canoe
he (forma de hesitação) / (manera de hesitación) / (hesitation form)
he depois / despues / after
heji avançar / avanzar / to advance
heka (verbo auxiliar) / (verbo auxiliar) / (auxiliary verb)
hemylala cobra / culebra / snake, cobra
hemyny chegar / llegar / to arrive, to reach
heny escapar, fugir / huir / to escape
heòty fogo / fuego / fire
hera cozinhar / cocinar / to cook
heri casar / casar / to marry
herina cama / cama / bed
hete bater / batir / to beat
heto casa / casa / house
hety cobertor / cobertor / blanket; comida / comida / food
hetyny cobrir / cubrir / to cover
hewou seguinte / siguiente / next
hirari menina / niña / young girl
hire gavião / gavilán / hawk
hoho (negativo enfático) / (negación enfatica) / (emphatic negative)
hokuja escutar / escuchar / to listen
hòny partir / partir / to depart
hoòte emprestar / prestar / to lend, to borrow
hõrõ possessão / posesión / possession
hòte borduna / clava / stick
howyn seio / seno / breast
howynsy leite / leche / milk
hydyny encher / llenar / to fill
hyna vasilha / vasija / vessel
hynde sim / sí / yes
hywe-ràbi lado esquerdo / lado isquierdo / left side
i estar aqui / estar aqui / to be here
ia cavar / cavar / to dig
ibàree doce / dulce / sweet
ibuare voltar / volver / to return
ibuny soprar / soplar / to blow
ibute poucos / pocos / few
ibutxu apertado / apretado / tight
ibyny trocar / cambiar / to change
ida ou / o / or
idere cozinhar / cocinar / to cook
idi e, então / e,y, entonces / and, then
ie procurar / buscar / to look for
iehehe indisciplinado / indisciplinado / undisciplined
iheruxe irmão mais novo / hermano más nuevo / younger brother
ihetxi antigamente / antiguamente / long ago
ijàdoma moça / muchacha / girl
ijàra correr / correr / to run
ijare lagarta / oruga / caterpillar
ijarelàtyn casulo / capullo / cocoon
ijàrena farinha / harina / flour
ijasò dança, espírito / espiritu / spirit; peixe / pez, pescado / fish
ijata banana / banano, plátano / banana
ijàti beira d'água, margem, porto / margen, puerto / riverside, port
ije procurar, batoque / buscar / to look for
ijeradu corredor / corredor / corridor
ijeti lábio inferior / labio inferior / lower lip
ijò abertura / apertura / hole
ijõ outro / otro / other; próximo / cerca / near
ijohona lugar de conselho / sitio de consejo / counsel place
ijoi grupo de homens / grupo de hombres / men's group
ijòrò raposa / raposa / fox
ijòròsa cachorro / perro / dog
ijòsiri bigode / bigote / mustache
ijòsiwi assobio / silbido / whistle
ijòta boca de cano / boca de caño / tube mouth
ijòtàbòna porta / puerta / door
ijoti barranca / barranco / ravine
ijyy história / historia / story
ikona último / último / last
ikotxiny atravessar / atravesar / to cross
ilàby preto / negro / black
inataõ três / tres / three
inatxi dois / dos / two
inatyhy verdade / verdad / true
inaubiòwa quatro / cuatro / four
iny pessoas / personas / people; nós / nosotros / we
iò amigo / amigo / friend
iòde bochecha / moflete, mejillas / cheek
iõhi comida para festa / comida para fiesta / party food
iòhò fechar / cerrar / to close
iòlò rei / rey / king
iòry ir para / ir para / to go to
iòwe alimentar-se / alimentarse / to feed (refl.)
iràbi de lá / de allá / from there
iràbu secar / secar / to dry
irarytxyny espremer / exprimir / to press out
iratàbòna tampa / tapa / lid, cover
irehe longe / lejos / far
iretynhi puxar / tirar / to pull
iri abandonar, deixar / abandonar, dejar / to abandon, to let
irò comer (só carne) / comer solamente carne / to eat meat
irò podre / podre, podrido / rotten
irodu animal / animal / beast
iru vivo / vivo / alive
irurehe arrastar / arrastrar / to drag
iruriny escovar algo / cepillar algo / to brush something
iruyn ralar / rallar / to grate
iruyre cinco / cinco / five
iry boca dele / boca de él / his mouth
ise mãe dele / madre de él / his mother
isò vermelho / rojo / red
isuisu sujo / sucio / dirty
isyn morada / morada / dwelling
iteò enviar / enviar / to send
iterany demandar, exigir / demandar, exigir / to demand, to require
itobi avisar, informar / avisar, informar / to advise, to inform
itõdeny amaciar / ablandar / to soften
itoruny empurrar / empujar / to push
ituede esgotar / agotar / to exhaust, to drain
ituu molhado / mojado / wet
itxeò marcador de túmulo, cruz / cruzero / grave's mark, cross
itxere ver / ver / to see
ityhy confiar, crer / confiar, creer / to entrust, to trust
ityhydàyndu crente, cristão / creyente, cristiano / believing, christian
itynmyra novo / nuevo / new
ityyra descascar / descarcar / to bark
iurariny promessa / promesa / promise
iutxie pesado / pesado / heavy
iwebàse redondo / redondo / round
iweru sopa / sopa / soup
iwyriny rodar / rodear / to roll
ixàby, ixityre outra vez / otra vez / once again
ixe dançar / danzar, bailar / to dance
ixihena, ixiwòte desculpar / disculpar / to excuse
ixiura colar / collar / necklace
ixiwòtena refúgio / refugio / refuge
ixiwouritere aborrecimento / aborrecimiento / dislike
ixixa acordar-se / despertarse / to wake up
ixiyràbule mesmo / mismo / same
ixyn porco / cerdo, puerco / pig
ixynju caboclo / campesino / peasant
iyja, iyla pequeno / pequeño / small
iyre banda, lado, meio / lado, médio / side, middle
jiaryn eu / yo / I, me
josiri queixo / quijada / chin
juteseri barba / barba / beard
juu dente / diente / tooth
juwàta piranha / piraña / piranha fish
juwyra sal (tupi) / sal / salt
juxu derramar / derramar / to spill
jyra sal (tupi) / sal / salt
kaa aquele / aquel, aquello / that one
kai você / usted / you
kaki aqui / aqui / here
kànau, kau ontem / ayer / yesterday
ke (imperativo) / (imperativo) / imperative)
ki em / en / in, at
kia aquele / aquel, aquello / that one
kie é isto, fim / és esto, fin / this is, end
ko em frente, antes / delante de / in front
kobe (interjeição) / (intejección) / (interjection)
kohe sim / sí / yes
kori você / usted / you; último / último / last
kòte desejo / deseo / desire
kowa ali / allí / there
kre (futuro) / (futuro) / (future)
ku, kyn (morfema de chamar) / (morfema de llamar ) / (calling morphem)
kynna duvidoso / dudoso / doubtful
labie avô / abuelo / grandfather
làdu origem / origen / origin
làhà favor / favor / favor
lahi avó / abuela / grandmother
lajirà irmão da mãe / hermano de la madre / mother's brother, tio materno / tío materno / maternal uncle
lala tipo de cesta / tipo de canasta / a kind of basket
làma a pé / a pié / on foot
lana irmã da mãe ou do pai / hermana de la madre o padre / mother's or father's sister
lana tio / tío / uncle
làsi jogo / juego, pelea / game
làsina lugar de brincar / sítio de jugar / play place
late peixe cachorra / esp. de pescado / a kind of fish
lau contra / contra / against
lawa camondongo / ratoncito / mouse
lawahakyn rato / ratón / rat
lawò canoa / canoa / canoe
le (enfático) / (enfático) / (emphatic)
lei boa, sucuri / anaconda / boa snake
lo entrar / entrar / to go in
loahi remédio / remedio / medicine, drug
lòbàròna semente, plantas / semilla, planta / plant, seed
lòròbàtò periquito / perico / parakeet
lòrulàdu piloto do barco / piloto del barco / pilot
lòti pescoço / pescuezo / neck
lòy peito / pecho / chest
lòynoho gravata / corbata / tie
lòysana laço / lazo / lace
luu amar / amar / to love
lynre verde, azul / azul / blue
lyy contar / contar / to count
maa fígado / hígado / liver
mahãdu grupo / grupo / group
mahãduny completar / completar / to complete, to finish
mai milho / maíz / corn
maiti cana de açucar / caña de azucar / sugar cane
maixàmo arroz / arroz / rice
mana joelho / rodilla / knee
màrõra mosquito / zancudo / mosquito
masajua assustar / asustar / to alarm
matuari velho / viejo / old man
mawa arma de fogo / arma de fuego / weapon
mawariòre revolver / revólver / revolver, gun
may faca / cuchillo / knife
mayràbu foice / hoz / scythe
mayrehe facão, machete / machete / large knife
mo (interrogativo) / (interrogativo) / (interrogative)
mohõ larva / gusano / worm
mona medicina / medicina / medicine
my obter / obtener / to obtain
mya manga / mango / mango
myhyn (continuativo) / (continuativo) / (continuative)
myna pedra / piedra / stone
myriwe peixe pequeno / pequeño pescado / small fish
myrõra mosquito / zancudo / mosquito
myta urtiga / ortiga / nettle
mytytamytyta tremer / temblar / to tremble
na vir / venir / to come; (nominalização); (determinativo)
nadi mãe (minha) / madre (mia) / mother (my)
nanany chover / llover / to rain
narehe chocar ovos / empollar huevos / to hatch egg
narihi remo / remo / oar
nawii ave, pássaro / ave, pájaro / bird
nawiie ema, avestruz / ñandu, avestruz / emu, ostrich
ni nome / nombre / name
nô pênis / penis / penis
nohewòru rabo / cola / tail
nohõ colar / collar / necklace
nohão animal de estimação / mascota / mascot, pet
noijesa flor / flor / flower
nonoe nevoeiro / niebla / thock fog
nore camisa / camisa / shirt
nõrõti orelha / oreja / ear
nõrõti rurena ouvido (orelha-furo) / oído (oreja-hueco) / ear (ear-hole)
ny (verbalizador) / (verbalizador) / (verbalizator)
nyhe dúbio / dudoso / dubious
nyryn senhor, ancião, homem / señor, anciano, hombre / sir, old man, man
õ dar / donar / to give
õ (negação) / (negación) / (negation)
õ art. indefinido / art. defininido / article
ò esperar / esperar / to wait; tronco / tronco / trunk
ò chifre / cuerno / horn
ò para, por / para, por / to
obàryra jaguar vermelho / jaguar rojo / red jaguar
obi ver / ver / to see
òbiti reto / recto / straight
òbitiny ajustar, endireitar / ajustar, corregir / to adjust, to straighten
obiu churrasco / churrasco / barbacue
obu chorar / llorar / to cry
obuny nadar / nadar / to swim
òby completar / completar / to complete, to finish
òde bochecha / moflete, mejillas / cheek
òhã tatu / armadillo / armadillo
òhãri carrapato / garrapatas / tick
òhãru perigoso / peligroso / danger
õhi comida para festa / comida para fiesta / party food
òhò abandonar, sair / abandonar, salir / to abandon, to go out
òhò voar / volar / to fly
òhòny sair / salir / to go out
òhotibedu curandeiro / curandero / medicine man
õhõtiny pensar / pensar / to think
õhõtisana enfeite para orelha / afeite para la oreja / ears ornament
òlàdu inimigo / enemigo / enemy
òlasi pequi / esp. de fruta / a kind of fruit
òluò enfeite para lábios / afeite para los labios / lips ornament
òluòni cedro / esp. de árbol / a kind of tree
òlynre óleo / azeite / oil
òmarurà tatuagem / tatuaje / tattoo
òmyta feijão / frijol / bean
òòby falar sobre / hablar / to spek about
òòse voltar / volver / to return
oràko esforçar-se / esforzarse / to strengthen (refl.)
òraru culpa, falta / culpa, falta / fault, sin
òraruna tabu / tabu / taboo
òreny brigar, lutar / bregar, luchar / to fight
òrera jacaré / yacare / alligator
orety costurar / costurar / to sew
õri anta / danta, tapir / tapir, anta
õrõ dormir / dormir / to sleep
òru testa / testa / forehead
òsana face, rosto, cara / rostro, cara / face
òsàna talvez / tal vez / maybe
osehewe ema, avestruz / ñandu, avestruz / emu, ostrich
òta espécie diferente / espécie diferente / different species
òtadu flerte / galanteo / flirtation
otàmany levantar / levantar / to lift
otàyny fazer / hacer / to do, to make
òteroti batata doce / camote / sweet potato
òti fumo, tabaco / tabaco / tobacco
òtii surpreender / sorprendiente / surprising
òtity cerca / cercado / fence
òtu tartaruga / tortuga / turtle
òtuni tartaruga pequena / tortuga pequeña / small turtle
otxixa borboleta / mariposa / butterfly
otxuruku aranha / araña / spider ; coruja / lechuza / owl
òwari seduzir / seducir / to seduce
owitxà peneirar / cernir / to sift
owo pilão / pilón, mortero / pestle
òwòna escada / escalera / stairs
òwòru feitiço; árvore / árbol / tree
oworu roça / roza, chacra / plantation
òwy preço / precio / price
ra cabeça / cabeza / head, sobrinha / sobrina / niece
ràbi de (genit.) / de (genit.) / of (genit.)
rabinabina arruinado / arruinado / ruined
ràbu matar, assassinar / matar, asesinar / to kill
rade cabelo / cabello, pelo / hair
raheto enfeite para a cabeça / afeite para la cabeza / head ornament
rahy lugar inabitado / sitio inhabitado / uninhabitaded place
rahyna segura cabeça; travesseiro / almohada / pillow
rajua gritar / gritar / to cry
ràki citar / citar / to quote
ralàby genro / yerno / son-in-law
ràma fome / hambre / hunger
raò esperar / esperar / to wait
rara urubu, esp. de / esp. de buitre / a kind of vulture
raradòò árvore, esp. de / esp. de árbol / a kind of tree
rarajie urubu, esp. de / esp. de buitre / a kind of vulture
rararesa urubu-rei / esp. de buitre / a kind of vulture
ràsyn comer / comer / to eat
ràsynna alimento / alimento / food
rati cabeça / cabeza / head
rati tyby crânio (cabeça-velha) / cráneo (cabeza-vieja) / skull (old-head)
ratisa laço / lazo / lace
reheny voltar / volver / to return
reroti corda / cuerda / rope, cord
rirany andar, caminhar / caminar / to walk
riu caçar / cazar / to hunt
ro dentro de / adentro de / inside of
ron dormir / dormir / to sleep
rooreheny demorar / demorar / to delay
rora visitar sexualmente / visitar para sexo / to visit for sex
roro furar / huecar / to bore
ròte entrar / entrar / to go in
ròteny fazer entrar / hacer entrar / to do to go in
roxi comer / comer / to eat
rua morder / morder / to bite
rube lágrima / lágrima / tear
rue olhos / ojos / eyes
rui mentir / mentir / to lie
rurawo círculo / circulo / circle
rure perfuração / perforación / perforation
ruruna-ràbi lado direito / lado derecho / right side
ruruny esforçar-se, reforçar / esforzarse / to strengthen (refl.)
rutin pernas / piernas / legs
ruu calça / pantalon / pants; noite / noche / night
ruuni melancia / sandía / watermelon
ruxe beleza; sobrancelhas / belleza; ceja / beauty; eyebrown
ruxetòeny penalizar / causar lástima / to pain
ry boca / boca / mouth
ry estrada, caminho / carretera, camino / road, path
rybe palavra, discurso / palabra, discurso / word, speech
rybeuni voz do espírito, eco / eco / echo
rybexi saliva / saliva / spittle
rynana cadeira / silla / chair
ryri piranha preta / esp. de pescado / a kind of fish
ryryry chamar repetidamente / llamar repetidamente / to call over and over
sa doer / doler / to ache
sàbeny banhar-se / bañarse / to bath yourself
samo fruta de oiti / esp. de fruta / a kind of fruit
sàmo pequeno / pequeño / small
sàny imitar / imitar / to imitate
se dançar / danzar, bailar / to dance
sei gafanhoto / langosta (insec.) / grasshopper
seõny duvidar / dudar / to doubt
seriòre criança de minha mãe / niño de mi madre / child of my mother
si ovo / huevo / egg
sidàyn botar / poner / to put
sihe tirar / quitar / to draw out
sihòny pentear / peinar / to comb
sira zangar-se / aburrir / to anger
sirany ser difícil / ser difícil / to be difficult
sõ queimar / quemar / to burn
sòbe (exclamação) / (exclamación) / (exclamation)
sohoji um / uno / one
sòny amadurecer / madurar / to ripen
soruny ferir / herir / to wound
sõwe muitas / muchas / many
su terra, solo / tierra / earth, soil
suu lábio superior / labio superior / upper lip
subàròrò lama / lama / mud
sy misturar / mesclar / to mix
syn lar, família / familia / family
synbina triste / triste / sad
syraru lago / lago / lake
tà tirar / quitar / to draw out
ta dele mesmo / de él mismo / his self
ta tirar, remover / sacar, remover / to take away, to remove
tàbieny crescer / crecer / to grow up
tàbò comida doce / comida dulce / sweet food
tàburu piolho / piojo / louse
tàby pai (de você) / padre (de usted) / father (your)
tàbyhykyn grande / grande / large, big
tadi sua própria mãe / su propia madre / your own mother
tàdyny untar / untar / to grease
tai e, então / y, entonces / and, then
taina estrela / estrella / star
tàko molhar / mojar / to wet
tàlà casco de tartaruga / casco de tortuga / skull turtle
tàmona lugar de parar / sítio de paradeiro / stop place
tamy para ele, por ele / para él, por él / to him, by him
tànyny explicar, esclarecer / explicar, exclarecer / to explain, to clear up
tarawe periquito / perico / parakeet
tebò mão (de você) / mano (de usted) / hand (your)
telesõ coração / corazón / heart
teòny mandar sair / mandar salir
teòsiny mostrar / mostrar / to show
tere endurecer / endurecer / to harden
teriò árvore, esp. de / esp. de árbol / a kind of tree
tesewa garfo / tenedor / fork
tey enseada / ensenada / cove, inlet
teysa felicidade / felicidad / happiness
teyteny sarar, curar / sanar, curar / to cure
ti (interrogativo) / (interrogativo) / (interrogative)
ti osso / hueso / bone
tii ele / él / he
tiowotiny ajoelhar / arrodillar / to knee down
tirany rastejar / rastrear / to trace
titàka amarrar os pés / atar los piés / to tie the feet
tiu quando / cuando / when
tò chupar (comer doces) / chupar / to suck
tòeny recusar / recusar / to refuse
tòera abóbora / zapayo / pumpkin
tõhewòru rabo / cola / tail
tohouyn bebê / nene / baby
tore pirarara, esp. de peixe / esp. de pescado / a kind of fish
tori estrangeiro, estranho / forastero / stranger
toritori coruja pequena / lechuza pequeña / small owl
toriwani tucano / tucán / toucan
tòtee calor / calor / heat
tòteeny esquentar / calientar / to hot
tu aquele (previamente mencionado) / aquel, aquello / that one
tule também / también / also
tutyhyki a propósito / a proposito / by the way
txi estar localizado em / estar ubicado en / to be placed in
txiò espera! / espera! / wait!
txioro tarde / tarde / afternoon
txua rachar / rajar / to split
txudòera cupim / comején / termite
txutyty frio / frío / cold
txuu sol, dia / sol, dia / sun, day
txynte estúpido, louco / estúpido, loco / stupid, crazy
ty sementes; pele, casca, vagina / semillas, piel, cáscara, vagina / seeds, skin, bark, vagina
tya em cima de / arriba de / over
tyhy (superlativo) / (superlativo) / (superlative)
tyniny viagem / viaje / voyage
tynre verde, azul / azul / blue
tynteny enrolar, amarrar / amarrar / to tie
tynxi cheio / lleno / full
tynynraxiny perguntar / preguntar / to ask
tyre em cima / arriba / over
tyti terra seca / tierra seca / dry soil
tyyny vestir-se / vestirse / to dress oneself
tyyràti livro, escrita / libro, escrita / book, writting
tyytyby alma, pele velha / alma, piel vieja / soul, old skin
ubàròrò sombra / sombra / shadow
uberu temer, ter medo / temer / to fear, to be amazed
ujàmo bisbilhotice / comadreo / intrigue
uladu criança / niño / child
umy corpo, adulto / cuerpo, adulto / body, adult
umydela irmão mais velho / hermano más viejo / older brother
umyny crescer / crecer / to grow up
uni espírito, fantasma, cadáver / cadáver / soul, corpse
uò cheirar / olfatear / to smell
ura branco (cor) / blanco (color) / white (color)
urasaha pomba / paloma / dove
urena sempre / siempre / ever
uri confundir / confundir / to confound
urihi tentar / tentar / to try
urihimyò um pouco / poco / a little
urile só / solo / only, alone
urimynodu pobre / pobre / poor (n.)
uriny misturar / mesclar / to mix
uritere proibição / prohibición / forbidding
urò cruzar / cruzar / to cross
uru morrer / morir / to die
urua morder / morder / to bite
uruny escurecer / oscurecer / to darken
utxueny sorrir / sonreir / to smile
uwe capivara / capibara / capybara
uweju enfeite para orelha / afeite para la oreja / ears ornament
uwitxyna coador / colador / colander
uwo voar / volar / to fly
wa pé / pié / foot
wa posses. 1a. pes. / poses. 1a. pers. / posses. 1st. pers.
waa barriga / vientre / belly
wa bàròtin dorso do pé / dorso del pié / the dorsal of foot
wa loròò calcanhar / calcañar / heel
wa tyky corpo (minha roupa) / cuerpo (mi ropa) / body (my clothes)
wa ube planta do pé, sola do pé / planta del pié / sole
wabere esquilo / ardilla / squirrel
wàdàsi fumar / fumar / to smoke
waha meu pai / mi padre / my father
wahi dar / dar / to give
waitue vinte (lit. pés terminados) / veinte / twenty (lit. feet-off)
walabuu cabaça / calabaza / gourd, calabash
wariri tamanduá / tamanduá / anteater
waritidàyn negar / negar / to deny
wàse parecido / parecido / resembling
wasi escondido / escondido / hided
wasidu ladrão / ladrón / thief
wasiny roubar / robar / to rob
watxi veado do campo / venado del campo / field deer
watxini cabra / cabra / she goat
waura tucunaré / esp. de pescado / a kind of fish
wawiò vinte (lit. para o par de pés) / veinte / twenty
waxi anzol / anzuelo / fishhook
waxidu pescador / pescador / fisherman
we bater / batir / to beat
we em volta, cintura / a la vuelta; cintura / around; waist
we gordura, graxa / gordura, grasa / fat, slush
webàse redondo / redondo / round; largura / anchura / width
wedu dono / dueño / owner
wehyntyn estreito / estrecho / narrow
weluu fundura, profundidade/ hondura, profundidad / depth, profundity
were um meio / un médio / one half
wereysana cinto / cinto / belt
weriòò fumar cachimbo / fumar pipa / to smoke pipe
weryri intestinos, entranhas / intestino / intestine
weryry moço / muchacho, mozo / young man
weryrybò adolescente / adolescente / adolescent
wetxu cativo / cautivo / captive
wewena reunião / reunión / meeting
wii recíproco / reciproco / reciprocal
wii canção / canción / song, music
wiji hoje, agora / hoy dia, ahora / today, now
winy fazer / hacer / to do, to make
wiòwiò ambos os lados / ambos los lados / both side
witxi costela / costilla / rib
witxi diferente / diferente / different
wiu canção / canción / song, music
wodàyn barulho / barullo / noise
wolohara latir / latir / to bark
woma machado, metal / hacha, metal / axe, metal
woo lugar das emoções / sitio de las emociones / emotions place
woràna pintura facial, urucu / pintura de la cara, achiote / facial painting; a kind of pigment
woro acender o fogo / encender el fuego / to light the fire
wotàmony ferir seriamente / herir seriamente / to wound seriously
wòtenany esconder / esconder / to hide
wotòeny sentir pena de outro, lastimar / lastimar / to regret
woudò verme, lombriga / lombriz / worm
wy carregar, pegar / cargar, agarrar / to carry, to take
wy rápido / rápido / fast
wydyna regra, governo / regla, gobierno / rule, government
wyhy flecha / frecha / arrow
wylana meu tio / mi tío / my uncle
wyra verão, estação da seca / verano / summer
wytese viúva / viuda / widow
wytyresa serpente (esp. de) / esp. de serpiente / a kind of serpent
xãwi bastante / bastante / enough
xibure esperança, desejo / esperanza, deseo / hope, desire
xie afastar / alejar / to move away
xiery porque / porque / because
xiwe oferta / oferta / offer
xiwede orgulho / orgullo / proud
y comer / comer / to eat
yhy vento / viento / wind
ykara ódio / odio / hate
yla pequeno / pequeño / small
yni ficar em pé / quedar-se de pié / to stay up
ynjiura mandioca / yuca / manioc
ynnyde farinha de mandioca / harina de yuca / manioc flour
ynnyra areia / arena / sand
ynraxi perguntar / preguntar / to ask
yràbu guardar; gentileza / guardar; gentileza / to keep; kindness
yse raspar, coçar / raspar, rascar / to scrape, to scratch
ywa jatobá / esp. de árbol / a kind of tree
ywiny consertar / arreglar / to repair
yy saia / saya / skirt
Nota sobre as fontes
As referências sobre os Karajá somam aproximadamente 900 títulos (860 dos quais constam na conhecida Bibliografia Crítica da Etnologia Brasileira, de Herbert Baldus), uma vez que, devido à facilidade de navegação do rio Araguaia no tempo das cheias, foram muito visitados por jornalistas, viajantes, missões, agências governamentais, fotógrafos e pesquisadores.
Entre os textos etnográficos mais antigos há a rica descrição de Paul Ehrenreich, que visitou os Karajá em 1888, depois de ter participado da segunda viagem de Karl von den Steinen ao Alto Xingu. Lançado em Berlim em 1891, seu trabalho foi traduzido para o Português por Egon Schaden e publicado com introdução e notas de Herbert Baldus em 1948, com o título "Contribuições para a Etnologia do Brasil", que se inicia com a seção "As tribos Karajá do Araguaia (Goiás)". Depois temos a descrição bastante confiável de Fritz Krause, que viajou pelo Araguaia em 1908 e publicou "Nos sertões do Brasil".
Após esses pioneiros alemães, vem o antropólogo norte-americano William Lipkind, que publicou em 1948 sua etnografia sobre os Karajá com base em trabalho de campo realizado nos anos de 1938 e 1939. Vale notar que Herbert Baldus, que se dedicava nessa época ao estudos dos Tapirapé, nas suas passagens pelo Araguaia visitou os Karajá em 1935 e 1947, e escreveu três artigos que incluem dados que colheu entre eles: "Mitologia Karajá e Tereno", onde os mitos dos primeiros ocupam a maior parte do trabalho; "A mudança de cultura entre os índios do Brasil"; e "Tribos da bacia do Araguaia e o Serviço de Proteção aos Índios".
Nas décadas de 20 e 30 do século XX, várias expedições paulistas, incluindo jornalistas, fotógrafos e exploradores, viajam pelo rio Araguaia em busca da serra do Roncador e os Karajá são muitos visitados e noticiados. Em 1954, o arqueólogo Mário Ferreira Simões estuda as ceramistas da aldeias Karajá e os resultados estão em "Cerâmica karajá e outras notas etnográficas" (1992).
As etnografias modernas iniciam-se com a tese de livre docência de Maria Heloísa Costa Fénelon sobre a arte e o artista Karajá em 1968. Edna Luiza Taveira de Melo publica, em 1982, a sua tese de mestrado "Etnografia da cesta karajá". No mesmo ano, George R. Donahue Júnior defende a sua tese de doutorado pela Universidade da Virginia, oferecendo uma visão geral dos Karajá. Em 1987, a antropóloga francesa Nathalie Petesch apresenta uma proposta de classificação dos Karajá no quadro etnológico do Brasil Central e, no ano de 1991, Manuel Ferreira Lima Filho conclui sua tese de mestrado pela Universidade de Brasília sobre o rito de iniciação dos meninos Karajá. Depois, registram-se ainda três importantes teses sobre os Karajá: o mestrado de André Amaral de Toral (1992) pelo Museu Nacional, com uma etnografia mais ampla sobre os Karajá; e o doutorado de Nathalie Petesch pela Universidade de Paris X no mesmo ano.
É importante ressaltar ainda as considerações antropológicas sobre os efeitos da construção da Hidrovia Tocantins-Araguaia para os Karajá contida no relatório da FADESP de outubro de 1999.
Fontes de informação
AZAMBUJA, Elizete Beatriz. O índio Karajá no imaginário do povo de Luciara-MT. Campinas : Unicamp, 2000. 144 p. (Dissertação de Mestrado)
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Fonte: FORTUNE, David Lee (ILV), Gr. Macro-Ge, Karajá. ILV: Braz. KARAJA. KPJ ), (ILV) e PALHA, Fr. Luiz (parcial) Localização: Ilha do Bananal e rio Araguaia. Sinonímia Carajá.
[Colaboração de Victor A. Petrucci (ver links).]
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