Toy Art Pancararé |
# | Nomes | Outros nomes ou grafias | Família linguística | Informações demográficas | |||||||||
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158 | Pancararé |
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“Dentre as missões religiosas fundadas à época, se destacam as de Sorobabé, Caruru e, em especial, Curral dos Bois, origem da atual cidade de Glória. As missões foram extintas em meados do século seguinte e a população indígena remanescente se tornou alvo de pressões coloniais, sobretudo de pecuaristas interessados nas terras mais férteis à margem do rio, de onde foi forçada a migrar, buscando locais de refúgio e resistência nos brejos e altos de serras dispersos na caatinga adjacente, que eram parte de sua antiga área de dispersão e perambulação.
Ritual Pancaré |
Localização
Vivem próximo à cidade de Paulo Afonso, na Bahia, com uma população de mais de 1600 pessoas (Funasa, 2010). Como seus parentes Pankararu, Kantaruré e Jiripancó, entre outros, “são descendentes da população indígena que originalmente habitava o trecho do rio São Francisco entre a cachoeira de Paulo Afonso, a embocadura do rio Pajeú e as caatingas, brejos e serras adjacentes” .
Já em meados do século XIX se pode identificar a consolidação de dois novos núcleos constituídos por população indígena egressa de Curral dos Bois: um em Brejo dos Padres, no lado pernambucano do rio, onde vivem os atuais Pankararu; e outro no Brejo do Burgo, do lado baiano, onde habitam os Pankararé. Ainda ao final daquele século, o primeiro desses núcleos originaria mais dois, em localidades próximas: o dos atuais Jiripankó, no extremo ocidental do Estado de Alagoas, e o dos Kantaruré, na localidade da Batida, próxima à margem baiana.”
Vivem próximo à cidade de Paulo Afonso, na Bahia, com uma população de mais de 1600 pessoas (Funasa, 2010). Como seus parentes Pankararu, Kantaruré e Jiripancó, entre outros, “são descendentes da população indígena que originalmente habitava o trecho do rio São Francisco entre a cachoeira de Paulo Afonso, a embocadura do rio Pajeú e as caatingas, brejos e serras adjacentes” .
Território Pankararé |
Já em meados do século XIX se pode identificar a consolidação de dois novos núcleos constituídos por população indígena egressa de Curral dos Bois: um em Brejo dos Padres, no lado pernambucano do rio, onde vivem os atuais Pankararu; e outro no Brejo do Burgo, do lado baiano, onde habitam os Pankararé. Ainda ao final daquele século, o primeiro desses núcleos originaria mais dois, em localidades próximas: o dos atuais Jiripankó, no extremo ocidental do Estado de Alagoas, e o dos Kantaruré, na localidade da Batida, próxima à margem baiana.”
“Após um longo período de afastamento das suas práticas tradicionais, por força de violências e proibições, os Pankararé retomaram ativamente tais manifestações, valendo-se para isso de sua aproximação com os Pankararu. Realizam com grande regularidade o ‘Toré’ e o ‘Praiá’, rituais que se distinguem por contar o primeiro com a participação de homens e mulheres, enquanto que ao segundo, de caráter mais restrito, tem acesso apenas os homens, que utilizam obrigatoriamente as roupas rituais. São realizados em terreiros específicos, o do ‘Nascente’ e o do ‘Poente’, acompanhados do consumo de uma bebida feita da entrecasca da jurema, reservada especialmente para essas ocasiões. O pajé é a figura central, dirigindo todas as fases do ritual.” (MJ, Verbete Pankararé).
Histórico do Contato
Viviam antigamente nas margens do Rio São Francisco entre a foz do Rio Pajeú e a cachoeira de Paulo Afonso e na caatinga e serras próximas(PIB 2013). Os primeiros contatos com os europeus eram pelos criadores de gado, querendo pastorear seus rebanhos em vasto terrenos, por isso eles expulsaram os indígenas. Os Pankararé, com os Pankararu, eram aldeados ao lado das missões no século XVII; uma missão jesuíta era Curral dos Bois ou Santo Antônio da Glória. Com a expulsão dos jesuítas em 1773, os índios se dispersam e o povo dividiu: Um grupo na margem esquerda do Rio São Francisco tornaram-se os Pankararu, que vive na aldeia de Brejo dos Padres, PE, e os Pankararé continuaram na margem direita do rio. Eles identificam a área do Brejo do Burgo como um território indígena, especialmente porque eles descobriram as fontes de água (FUNAI 2014).
Em 1957, Darcy Ribeiro os considerou mestiços que tinham perdido sua língua e sua cultura, e eram quase indistinguíveis dos regionais da região. A qualquer tentativa de renovar as distinções étnicas foi oposta pelos vizinhos. Na época uma maloca para os rituais foi destruída e a policia tentou impedir os Pankaraku os ensinar a dança do Toré. O cacique Ângelo Pereira com o apoio da FUNAI assinou um pacto de paz com as autoridades locais, porém a ciume dos fazendeiros provocou o assassinato de Ângelo em 1979. O filho de Ângelo identificou o assassino e a imprensa publicou seu nome, o indivíduo não foi processado. A demora em demarcar a Terra, obrigou os próprios Pankararé a fazer em 1984, enquanto o povo estava morrendo de fome devido à seca. Um grupo migrou-se para a favela Parque Real na cidade de São Paulo (Hemming 2003.593).
Sociedade
O território dos Pankararé consiste na maioria de caatinga, com extensões de brejo ou várzea. Eles distribui-se emaldeias agrícolas em torno do povoado Brejo do Burgo, no município de Nova Glória, PE. Existe outro grupo pequeno ao sul, chamado 'Chico' no interior do Raso da Catarina, uma ecorregião localizada na parte centro-leste do caatinga, uma área arenosa, no estado da Bahia. Recentemente a criação da Estação Ecológica do Raso tem proibido as atividades de caça, que é uma severa limitação da principal fonte de subsistência dos índios (FUNAI 2014). Nas estações de seca muitos dos Pankararé saem da área para procurar trabalho assalariado, e às vezes permanecem fora por longos tempos, porém mantêm contato com sua comunidades. Na aldeias as famílias nucleares cultivam roças pequenas com feijão, milho e mandioca.
A liderança é um conjunto ou conselho que consiste do cacique, do pajé e dos conselheiros das aldeias. Estão fortalecendo seus laços com os Pankararu. Constantemente os regionais têm tentado negar a existência da identidade étnica dos Pankararé, e a aproximação com os Pankararu incluí as festas tradicionais.
Cosmologia
Realizam com regularidade o Toré, no qual participam as mulheres com os homens em terreiros especiais. Também realizam o Praiá, um ritual exclusivamente dos homens, vestidos nas roupas rituais de fibra. As festa do Nascente e do Poente, acompanhados do consumo da bebida feita da entrecasca da jurema (PIB 2013).
DAI/AMTB 2010, 'Relatório 2010 - Etnias Indígenas do Brasil', Organizador: Ronaldo Lidório, Instituto Antropos -instituto.antropos.com.br.
FUNAI, 2014, 'Pankararé', portal.mj.gov.br/data/Pages/MJA63EBC0EITEMID48941D6E2C5C484F884FC26F05D587D7PTBRNN.htm. Acessado 12 de março 2014.
HEMMING, John, 1987, Amazon Frontier-The Defeat of the Brazilian Indians, London: Pan Macmillan.
HEMMING, John, 2003, Die If You Must – Brazilian Indians in the Twentieth Century, London; Pan Macmillan.
PIB 2013, 'Pankararé', Povos Indígenas do Brasil, Instituto Socioambiental, São Paulo. pib.socioambiental.org/pt/povo/pankarare.
SIL 2013, Lewis, M. Paul, Gary F. Simons, and Charles D. Fennig (eds.). 2013. Ethnologue: Languages of the World, Seventeenth edition. Dallas, Texas: SIL International. Online version: www.ethnologue.com.
Histórico do Contato
Viviam antigamente nas margens do Rio São Francisco entre a foz do Rio Pajeú e a cachoeira de Paulo Afonso e na caatinga e serras próximas(PIB 2013). Os primeiros contatos com os europeus eram pelos criadores de gado, querendo pastorear seus rebanhos em vasto terrenos, por isso eles expulsaram os indígenas. Os Pankararé, com os Pankararu, eram aldeados ao lado das missões no século XVII; uma missão jesuíta era Curral dos Bois ou Santo Antônio da Glória. Com a expulsão dos jesuítas em 1773, os índios se dispersam e o povo dividiu: Um grupo na margem esquerda do Rio São Francisco tornaram-se os Pankararu, que vive na aldeia de Brejo dos Padres, PE, e os Pankararé continuaram na margem direita do rio. Eles identificam a área do Brejo do Burgo como um território indígena, especialmente porque eles descobriram as fontes de água (FUNAI 2014).
Em 1957, Darcy Ribeiro os considerou mestiços que tinham perdido sua língua e sua cultura, e eram quase indistinguíveis dos regionais da região. A qualquer tentativa de renovar as distinções étnicas foi oposta pelos vizinhos. Na época uma maloca para os rituais foi destruída e a policia tentou impedir os Pankaraku os ensinar a dança do Toré. O cacique Ângelo Pereira com o apoio da FUNAI assinou um pacto de paz com as autoridades locais, porém a ciume dos fazendeiros provocou o assassinato de Ângelo em 1979. O filho de Ângelo identificou o assassino e a imprensa publicou seu nome, o indivíduo não foi processado. A demora em demarcar a Terra, obrigou os próprios Pankararé a fazer em 1984, enquanto o povo estava morrendo de fome devido à seca. Um grupo migrou-se para a favela Parque Real na cidade de São Paulo (Hemming 2003.593).
Sociedade
O território dos Pankararé consiste na maioria de caatinga, com extensões de brejo ou várzea. Eles distribui-se emaldeias agrícolas em torno do povoado Brejo do Burgo, no município de Nova Glória, PE. Existe outro grupo pequeno ao sul, chamado 'Chico' no interior do Raso da Catarina, uma ecorregião localizada na parte centro-leste do caatinga, uma área arenosa, no estado da Bahia. Recentemente a criação da Estação Ecológica do Raso tem proibido as atividades de caça, que é uma severa limitação da principal fonte de subsistência dos índios (FUNAI 2014). Nas estações de seca muitos dos Pankararé saem da área para procurar trabalho assalariado, e às vezes permanecem fora por longos tempos, porém mantêm contato com sua comunidades. Na aldeias as famílias nucleares cultivam roças pequenas com feijão, milho e mandioca.
A liderança é um conjunto ou conselho que consiste do cacique, do pajé e dos conselheiros das aldeias. Estão fortalecendo seus laços com os Pankararu. Constantemente os regionais têm tentado negar a existência da identidade étnica dos Pankararé, e a aproximação com os Pankararu incluí as festas tradicionais.
Cosmologia
Realizam com regularidade o Toré, no qual participam as mulheres com os homens em terreiros especiais. Também realizam o Praiá, um ritual exclusivamente dos homens, vestidos nas roupas rituais de fibra. As festa do Nascente e do Poente, acompanhados do consumo da bebida feita da entrecasca da jurema (PIB 2013).
DAI/AMTB 2010, 'Relatório 2010 - Etnias Indígenas do Brasil', Organizador: Ronaldo Lidório, Instituto Antropos -instituto.antropos.com.br.
FUNAI, 2014, 'Pankararé', portal.mj.gov.br/data/Pages/MJA63EBC0EITEMID48941D6E2C5C484F884FC26F05D587D7PTBRNN.htm. Acessado 12 de março 2014.
HEMMING, John, 1987, Amazon Frontier-The Defeat of the Brazilian Indians, London: Pan Macmillan.
HEMMING, John, 2003, Die If You Must – Brazilian Indians in the Twentieth Century, London; Pan Macmillan.
PIB 2013, 'Pankararé', Povos Indígenas do Brasil, Instituto Socioambiental, São Paulo. pib.socioambiental.org/pt/povo/pankarare.
SIL 2013, Lewis, M. Paul, Gary F. Simons, and Charles D. Fennig (eds.). 2013. Ethnologue: Languages of the World, Seventeenth edition. Dallas, Texas: SIL International. Online version: www.ethnologue.com.
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