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domingo, 7 de abril de 2019

Wassu Cocal

Toy Art da etnia Wassu Cocal



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Nomes
Outros nomes ou grafias
Família linguística
Informações demográficas
219
Wassu Cocal
Uassu-cocal. 

UF / País
População
Fonte/Ano
AL
1806
Funasa 2010


Os Wassu-Cocal receberam terras para o aldeamento por doação pela coroa portuguesa como recompensa pela participação conjunta nas campanhas contra os Holandeses em 1630. Outra versão da história diz que a aldeia Cocal, origina-se da migração de indígenas Xucuru, Kariri e Tupi das aldeias de Jacuípe, Urucu e Barreiros para o Cocal durante a década de 30 do século XIX.

Localização

O aldeamento Wassu, naquele tempo apenas denominado por Cocal, aparece na documentação do Diretório dos Índios na década de 1830. Em 1865 o Diretor Geral dos Índios, José Rodrigues Leite Pitanga, informou ao presidente da província de Alagoas que o aldeamento Cocal estava demarcado, exceto o lado esquerdo do rio Camaragibe. Sua localização coincide com a atual aldeia Wassu a margem esquerda do rio Camaragibe e distante cinco léguas da povoação de Leopoldina.
Território Wassu Cocal

Historico do Contato

Conforme os mais velhos indígenas da etnia, a nação indígena Wassu-Cocal, em Joaquim Gomes, Alagoas, teve participação na Guerra do Paraguai, ocorrida entre os anos de 1864 e 1870. Eles relatam como os índios foram à guerra e quais benefícios o Governo da época prometeu aos mesmos. Mas apesar de alguns aldeamentos estarem em avançado processo de demarcação, eles foram extintos por Decreto Provincial em 1872, com os resultado índios desaldeados e caracterizados como camponeses.

Somente em 1970 os Wassu iniciaram a busca pelo reconhecimento oficial e restabelecimento territorial. Em 23 de dezembro de 1991 o presidente Fernando Collor de Melo assinou o decreto N º. 392 que homologou, a demarcação administrativa promovida pela FUNAI, da área indígena Wassu-Cocal, caracterizada como de ocupação tradicional e permanente indígena.

Os Wassu Cocal são um grupo indígena do ramo Kariri , os que habitam o Sul da serra do Azul, nos limites do município brasileiro de Joaquim Gomes, no estado de Alagoas, mais precisamente na Terra Indígena Wassu-Cocal, homologada em 2007, com 2.744 hectares e situada no município de Joaquim Gomes.

Vivem nas margens do Rio Camaragibe, situados entre o município de Joaquim Gomes e Novo Lino, e sufocados pela BR-101. Os recursos naturais estão um pouco devastados e o rio é poluído. Na área também tem exploração de minério (pedreira). Não existem mais animais para caça, muito pouco para a pesca, e parte da terra é boa e outra não. Mesmo a terra não sendo muito boa para plantar, plantam manga, jaca, caju, banana, milho, batata-doce, inhame, macaxeira, mandioca, feijão, batata e frutas. Na Terra Indígena existe posto de saúde, escola e uma rede de transmissão, mas as pessoas que moram em povoados mais distantes, como Pedrinhas, não são beneficiadas com a energia elétrica. Também há missões religiosas. A aldeia é atendida pelos programas de merenda escolar, vacinação, cesta básica duas vezes ao ano. Os indígenas também vendem artesanato. Praticam a religião própria, instalada a Ouricuri em parte da floresta.

Aldeia Multi-etnica de Guarulhos - SP

No ano de 2002 integrantes da etnia Wassu Cocal em São Paulo decidem se juntar a outras etnias e criar o projeto da aldeia multiétnica Terra Sagrada, no município de Guarulhos, no ano de 2008 a prefeitura recebe o projeto protocolado, e designa o Subsecretário de Igualdade Racial para escolher o local junto às lideranças.
O visionário Cacique Paulo Wassu Cocal foi o primeiro a abençoar o CAUIM TIAKAU de Luiz Pagano, feito 100% de mandioca semi-industrial baseado no processo de produção do Saquê. 

O visionário cacique Paulo Wassu Cocal, que é uma das lideranças do projeto, luta por valorizar sua cultura e levar um pouco do conhecimento de seu povo aos não índios. Prestes a se tornar o primeiro pastor Anglicano de ascendência ancestral indígena ele age como uma ponte cultural entre a rica e linda espiritualidade nativa, e a cosmopolita e urbana cultura do homem branco, recentemente o Cacique Paulo foi o primeiro indígena a abençoar o projeto do CAUIM TIAKAU, o primeiro cauim feito 100% de mandioca a ser produzido por métodos semi-industriais, com o propósito de levar a bebida ritualística para ser consumida fora das aldeias, a ideia de se tornar a bebida emblemática do Brasil, ainda mais que a cachaça*,  tal como é o Saquê representa o povo Japonês e a Tequila o Mexico e sua cultura ancestral.

A cachaça, eleita em 2012 como a bebida brasileira por excelência é feita de cana de açúcar, insumo de origem asiática. Se o cauim, fermentado de mandioca se tornar uma bebida comercial, como idealiza Luiz Pagano, esta sim será a bebida brasileira por excelência, respeitando a ancestralidade etnia e os valores religiosos mais antigos dos reais habitantes do Brasil.

Bibliografia

DAI/AMTB 2010, 'Relatório 2010 - Etnias Indígenas do Brasil', Organizador: Ronaldo Lidório, Instituto Antropos -http://instituto.antropos.com.br/
HEMMING, John, 2003, Die If You Must – Brazilian Indians in the Twentieth Century, London; Pan Macmillan.
PEREIRA, Jéssika Danielle dos Santos, 2014, 'Etnografando a Educação Escolar Indígena entre os Wassu-Cocal: algumas pistas sobre as concepções de seus professores', Revista Espaço Acadêmico, No 158, Julho de 2014,Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Alagoas. http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/viewFile/22883/132.
http://ameobrasil.blogspot.com/2019/03/a-primeira-garrafa-de-cauim-100-de.html

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