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terça-feira, 16 de junho de 2020

Makuna

Toy art etnia Makuna
#NomesOutros nomes ou grafiasFamília linguísticaInformações demográficas
130MakunaYeba-masãTukano
UF / PaísPopulaçãoFonte/Ano
AM32Dsei/Foirn 2005
Colombia528Colômbia 1988





Autodenominam-se Yeba-masã. Vivem principalmente no território vizinho da Colômbia, concentrando-se no Caño Komeya, afluente do Rio Pira-Paraná, no baixo curso deste rio, e no Baixo Apapóris. No Brasil, são encontrados no Alto Tiquié e nos seus afluentes, os igarapés Castanha e Onça. Estão divididos em cerca de 12 sibs. São especializados em zarabatanas e curare, são também hábeis fabricantes de canoas, além de fornecerem remos leves e muito bem acabados aos índios do Alto Tiquié.

Etnia Makuna
Localização 

O Rio Uaupés tem cerca de 1.375 Km de extensão. De sua foz do Rio Negro até a desembocadura do Rio Papuri, o Uaupés está situado em território brasileiro e percorre cerca de 342 Km. Entre este ponto e a foz do Querari, serve de fronteira entre o Brasil e a Colômbia por mais de 188 Km. A partir daí até as suas cabeceiras se situa em território colombiano e percorre 845 Km. Navegando no Uaupés, H. Rice (1910) contou 30 cachoeiras maiores e 60 menores.

Depois do Rio Branco, o Rio Uaupés é o maior tributário do Rio Negro. Atualmente, o nome Uaupés é o mais usado (no Brasil, já que na Colômbia fala-se mais Vaupés), mas também é conhecido como Caiari. Em seu curso, o Uaupés recebe as águas de outros grandes rios, como o Tiquié, o Papuri, o Querari e o Cuduiari.
Terra Indígena Makuna

Os principais núcleos de povoamento do Rio Uaupés são a cidade de Mitu, capital do departamento colombiano do Vaupés, e Iaraueté, que é sede de um distrito do município de São Gabriel. Iaraueté, além de ser um centro de ocupação tradicional dos Tariana, abriga também uma grande missão dos salesianos e um pelotão de fronteira do exército. Existem ainda outras duas missões salesianas na bacia do Uaupés, uma em Taracuá (na confluência desse rio com o Tiquié) e outra no Alto Tiquié, chamada Pari-Cachoeira. Também há um destacamento do Exército na confluência do Querari com o Uaupés e outro em Pari-Cachoeira.

História

Antigamente havia um sistema de comércio entre os povos da região do Rio Vaupés. Cada povo era reconhecido como especialista em fabricar certos produtos. Os Maku eram peritos em preparar o veneno, os Tuyuca a cerâmica, os Barasana a cestaria e os povos Aruak os raladores. Os Makuna fabricam e vendem remos leves, muito procurados pelos outros povos.

Os Makuna eram conhecidos pelos outros indígenas da região como “matam gente” (Smothermon 1979). O primeiro contato com europeus aconteceu em 1776 com um português; os missionários católicos tentaram trabalhar entre eles durantes os dois séculos seguintes, mas eram impedidos pela violência indígena. Nessa época, os Makuna guerreavam contra outras tribos, especialmente os Yaúna e Tanimuka (ambos povos antigos dos Tukano Orientais), porque pensavam que os feiticeiros deles estavam os prejudicando.

Muitos Makuna foram escravizados nos anos 1900 e 1910 para trabalhar como seringueiros e calcula-se que, em geral, mais de 40 mil indígenas faleceram devido às condições e às doenças. O trabalho forçado para extrair a borracha foi repetido durante a Segunda Guerra Mundial. Depois da queda do mercado da borracha, os patrões de plantações exploraram os índios até os anos 70. Uma missão católica permanente estabeleceu-se em Pirá-Paraná, nos anos 1960, e os missionários evangélicos vieram “fingindo traduzir a Bíblia” (Mekler 2001). O comércio de peles de animais existia até ser proibido. Os Makuna plantavam e forneciam coca para o comércio com os brancos, mas essa atividade ilegal também terminou por volta de 1985 e os comerciantes saíram da região. Em 1980, ouro foi descoberto no Rio Taraira, perto do território dos Makuna, e muitas pessoas foram tirá-lo, poluindo os riachos e derrubando a floresta. Alguns Makuna trabalharam em extrair o ouro, para si mesmos ou para patrões e ganharam artigos dos brancos.

Atualmente, há assentamentos de brasileiros pobres na região. “Eles trouxeram a violência e uma exploração não experimentada pelos Makuna desde a época da borracha” (Mekler 2001). Dois territórios indígenas foram designados, o que ajudou os Makuna (Arhem 1981). Existem escolas primárias nas aldeias.

Estilo de vida: Até os anos 1970, os assentamentos consistiam em um grupo de três ou cinco famílias morando em uma maloca. Há dois tipos de maloca: em geral é retangular, 30 a 40 metros de comprimento, 20 metros de largura e 9 metros de altura; no Rio Apaporis é construída um tipo circular com diâmetro de 10 metros. Hoje em dia, as famílias moram em casas separadas e a maloca é usada para as atividades comunais. As famílias extensas de cada aldeia são parentela de irmãos ou cunhados, mas são pequenas, em média 12 ou 13 pessoas. Dois terços das famílias extensas dispersam depois da morte do pai ou chefe de família.

Há uma divisão de responsabilidades entre os homens e as mulheres. Na cosmovisão deles, a terra é associada com a fertilidade, por isso as mulheres cultivam as roças, preparam a comida e fabricam potes de barro. Conforme o mito, a filha da anaconda Hino cortou e plantou seus dedos e assim deu as plantas cultivadas aos Makuna. Plantam mandioca, coca, batata doce, banana, tabaco, pimentas, cana e o cipó para fazer o timbó.

Os homens são associados ao mato; preparam as roças, caçam anta, paca, pecari, macaco e jacaré. Porém, a pesca é mais importante do que a caça e as mulheres e os homens a fazem juntos. Fabricam coisas de matérias tiradas da mata, como canoas, as casas, cestos, tecem as redes e colhem castanhas e frutos. Os homens são responsáveis por cultivar o tabaco e a coca. Têm comércio de farinha com os colombianos e ganham em troca ferramentas de aço e panelas de alumino.

Os homens constroem as malocas em uma roça alqueivada, depois de ganhar a permissão dos espíritos da floresta. O estilo é como entre outros povos Tukano: a porta da frente é dos homens e dá para um trilho, para o “porto” no rio. A fachada é construída em cima de palha e embaixo de tábuas, pintadas com símbolos tirados das visões sob influência de um alucinógeno, yagê. O interior dianteiro é para os ritos, danças e cerimônias. Os postos principais são nomeados com os nomes dos ancestrais. O espaço aos lados é divido em compartimentos por armações de pari para as famílias nucleares; os fundos são para as mulheres e a preparação do alimento. A porta dos fundos é das mulheres e dá para as roças. O telhado de palha é renovado em seis ou oito anos.

Depois de construir a maloca o pajé sopra fumaça de tabaco, água é salpicada no chão, os homens dançam e a maloca é considerada com vida própria. Hoje, os assentamentos usam a maloca como um centro comunal, durante as festas e acomodam até 70 visitantes, mas os habitantes vivem em casas familiares, de irmãos parentes. Há escolas públicas nas aldeias.

Artesanato: Fabricam canoas, remos, zarabatanas e curare (FOIRN).

Sociedade: Os Makuna são do grupo de povos Tukano orientais: Tukano, Desana, Tuyuka, Wanano, Makuna, Bará, Pira-Tupuya e Mirití-Tupuya, Arapaso, Karapanã, Tatuyo, Yurutí, Taiwano, Barasana, Kubeo, Siriano, e Yurutí. (Acrescentados Letuana, Pisá-mira, e Tanimuka por Hugh-Jones, Goldman 2004.406). Esses povos usam o Tukano como língua franca e praticam uma exogamia linguística, assim, têm uma unidade regional, mas mantêm suas identidades étnicas por suas distintas tradições religiosas praticadas pelos homens. Porém, os Kubeo e os Makuna são a exceção em praticar endogamia linguística entre suas fratrias (Cabalzar 2000, Goldman 2004.15, 57, Lasmar 2005.53).

Os Makuna se dividem em duas fratrias, o Povo d’água (Ide masa) e o Povo da terra (Yiba Masa); são descendentes dos irmãos Ide Hino e Yeba Hino, filhos de Hino, a Anaconda mitológica. As fratrias são grupos exogâmicos de clãs. Então, numa família os irmãos são de uma fratria do clã e os cunhados da outra. As fratrias e o tabu de se casar entre os clãs da mesma fratria são explicadas por serem “irmãos” do mesmo ancestral mitológico, classificados de acordo com seus “habitats cósmicos”, no caso dos Makuna: “terra” e “água” (La?mar 2005.58). Há, em geral, uma “regra de exogamia lingüística” no grupo de povos Tucano, pois a ideia de serem “irmãos” é reconhecida nas diferenças de língua ou dialeto. Do ponto de vista indígena, qualquer diferença é suficiente para manter o conceito de serem descendentes nos irmãos ancestrais (Hugh-Jones em Goldman 2004.410).

As fratrias estão divididas em cerca de 12 clãs. Cada clã é reconhecido em uma hierarquia conforme uma função tradicional, como chefe, dançarino e cantor, guerreiro, xamã, servo e conforme a idade do ancestral, além disso, referem-se como “irmão” etc. Os mitos antropogônicos indicam os territórios dos clãs e os direitos a roçar e caçar dos indivíduos. Hoje, essa ordem social é apenas considerada o ideal (Arhem: 1981). Não existe uma liderança central do povo. A sociedade vive ao redor das malocas, com chefes (übü) que mantém sua influência pelo conhecimento, habilidade e por ser o anfitrião das festas. Cada aldeia tem um administrador chamado capitán.

O casamento é exógamo entre os clãs da outra fratria ou entre primos cruzados e é negociado pelos anciões; não há uma cerimônia de casamento. De três a nove grupos residenciais de famílias extensas são, assim, ligados pelos casamentos entre eles (Cabalzar 2000 citando Arhem). O casal mora com os pais do homem. Quando uma criança nasce ela recebe o espírito de um dos avôs e o nome do avô ou avó conforme o seu sexo, além disso, as gerações alternadas podem ter o mesmo nome. Cada clã guarda um “depósito” de nomes a serem usados.

Iniciação

Os jovens são separados antes da cerimônia para aprender a fazer a cestaria e fabricar as ferramentas; depois eles entregam as cestas às mulheres que, por sua vez, pintam os rapazes.

Religião

Os Makuna têm muitos dos mesmos ritos e mitos dos Yakuna (nos Rio Miriti-Paraná e Caquetá-Japurá na Colômbia, população 1.800 em 2001, SIL), porém as línguas são diferentes. As danças são realizadas para a iniciação dos jovens, as estações do ano, a migração do peixe e outras ocasiões decididas pelos pajés. Nas cerimônias usam uma língua ritual que não é inteligível, mesmo para os que a aprenderam. Consomem muito de chucho, uma bebida fermentada feita da cana. O pajé os acompanha durante a caça, cantando canções encantadoras para atrair os animais.

Os Makuna creem que o alimento é o meio usado por doenças para atacar o corpo e pode ser perigoso. Todo alimento, seja carne ou da roça, deve ser abençoado pelo chefe (übü) antes de comer, para expulsar os espíritos que causam doenças. Acreditam também que os espíritos dos animais e das plantas podem os punir se caçarem ou colherem demais, ou seja, além da necessidade da comunidade. Os Makuna não usam ervas medicinais como os outros povos Tukano, os pajés yaia (onças) praticam curas usando “água benta” ou chupando no membro do corpo afligido (Arnhem 1981).

A festa da Pupunheira (hota basa): A pupunheira (Bactris gasipaes) providencia fruto e palmito, é explorada comercialmente e precisa de medidas de conservação. A data da festa é marcada pelos espíritos, é durante a colheita e um clã é escolhido como anfitrião. Os homens colhem o fruto da palmeira, pescam e caçam mais provisões. O pajé oferece coca e tabaco para os espíritos não invadirem a festa. As mulheres preparam mais farinha e fazem um purê do fruto, que é servido como uma bebida. Os convidados preparam máscaras e costumes, que representam diversos espíritos; os mais importantes representam diversas espécies de peixe. Homens entram na maloca com as máscaras representando os espíritos de macacos, sexo, abelhas, aves, onças etc. A dança dos espíritos continua durante a noite, renovando a conexão com as “casas de acordar”, a origem dos clãs e com os espíritos dos mortos. A festa dura dois dias.
Os Makuna creem que a pessoa consiste do espírito dado pelo pai e do corpo dado pela mãe. Eles acreditam na reencarnação, em que os espíritos dos avôs falecidos entram nas crianças com seus nomes. Logo que a morte acontece, as mulheres levantam um lamento barulhento para propiciar os espíritos e não somente da morte. Na cerimônia há homens mascarados como o povo peixe, representando os mortos que estão esperando se reencarnar na aldeia. Se a cerimônia não é realizada da maneira certa, os mortos podem causar desastres.

Os mortos são enterrados com algumas coisas deles embaixo da casa, na posição fetal, para representar a reencarnação da alma e, depois, o pajé queima cera de abelha na casa para limpá-la. Entretanto, eles creem que os mortos vagam como espíritos pelo céu ou no mundo subterrâneo para depois terminar em Manaitara, a “casa de acordar”. O corpo desce para um rio subterrâneo e é perdido. Se o cadáver é tratado bem, depois um tempo na casa dos mortos, o espírito se reencarna em uma pessoa, animal ou planta. Se a família não cuida do cadáver, o espírito vai para o mundo subterrâneo e pode assombrar a família, causando desastres e a morte dos familiares. Manaitara é considerado o portão entre os dois mundos, o dos vivos e o dos espíritos, que esperam reencarnar em um corpo novo. Esses mundos correspondem às fratrias, Povo d’água (Ide masa) e o Povo da terra (Yiba Masa) e os casamentos unem pessoas reencarnadas de espírito e corpo.

Os Pajés (cumu ou yai) ensinam que as doenças têm diversas causas, como por exemplo, comer alimento sem a bênção, ou comer algo sujeito a um tabu, sofrer um feitiço ou ataque de um espírito durante um rito. Se o pajé não tratar a pessoa doente, ela vai morrer. O cantador (yuam) canta os mitos da criação na festas. Os pajés curandeiros (yaia = onças) fazem curas recitando silenciosamente canções e soprando fumaça de tabaco sobre o doente. São mediadores para manter a reciprocidade entre a natureza e o consumo do povo. No mundo invisível, os animais têm sociedades organizadas semelhantes aos homens.

Cosmovisão: 

No princípio não havia nada, nem terra, nem céu, apenas um caos. O espírito He era xamã, onça e anaconda; ele era todos os três de uma vez, eles se multiplicaram e devoraram uns aos outros. Uma mulher pajé, A Mãe Ancestral (romi cumu), representada hoje pela constelação “os Plêiades”, destruiu esse mundo primordial, que se tornou o mundo subterrâneo, o céu velho se tornou o mundo atual. Essa Mãe é parte da visão dos Barasana (Goldman 2004.302). O mundo Makuna consiste em duas dimensões, o mundo de experiência normal, da vida, rios, animais e da floresta, e o mundo duplo que contém as cópias de espíritos de todas as coisas deste mundo. Todos os animais são um tipo de gente com organização social. É importante ter relacionamentos baseados na reciprocidade, tanto com os animais quanto com outros homens. O mundo está em processo de acabar e renovar.

Esse mundo foi criado pela união sexual de Romi Cumu, com quatro heróis que são representados por trovões. Dois trovões, Adyawa e Adya, na forma de papagaios, ficaram no leste com pouco ar e protetores nos ouvidos. Adyawa disse que os protetores eram para criar o mundo. Ele começou a zunir e um dos seus protetores começou a flutuar e girar no ar e o ar se estendeu criando o primeiro espaço. Depois, os dois trovões roubaram as flautas e trombetas sacras Yurupari da Mãe Ancestral e estabeleceram o predomínio masculino. As flautas e trombetas, feitas do estipe da paxuíba, são vistas como os ossos dos ancestrais e são escondidas das mulheres.

Os ancestrais Makuna eram anacondas, vieram à “porta d’água” no leste, onde os rios saem desse mundo, e, como anacondas gigantes, subiram os rios até chegaram à terra dos Rios Apaporis e Pirá-Paraná. Ali, as anacondas saíram do rio e se transformam em seres humanos; os lugares em que elas desembarcaram são “as casas de acordar” de cada clã, onde os clãs nasceram. As anacondas deram dois tipos de flautas de Yurupari: um para a iniciação (yurupari) e outro para a festa da colheita (hota basa). Hoje, considera-se que o espírito de He está dentro das flautas; cada clã possui suas próprias flautas. Os pajés consideram que existam lugares embaixo d’água que sejam malocas para onde vão os espíritos dos mortos para se transformar em pessoas espirituais.

Bibliografia

ARHEM, Kaj, 1981, Makuna Social Organization, Uppsala Studies in Cultural Anthropology, Stockholm: Almqvist & Wiksell International.
ARHEM, Kaj, 2004, Makuna, Portrait of an Amazon People, Washington: Smithsonian Books.
CABALZAR Aloisio, 2000, “Descendência e aliança no espaço tuyuka. A noção de nexo regional no noroeste amazônico”. São Paulo: Revista de Antropologia, vol. 43. No. 1.

CABALZAR, Aloiso, 2006, (Redator) Povos Indígenas do Rio Negro, São Gabriel da Cachoeira: FOIRN e ISA.

GOLDMAN, Irving, 2004, Cubeo Hehénewa Religious Thought, Peter J. Wilson, Ed., New York: Colombia Univerisity Press (texto original preparado em 1988). Afterword por Stephen Hugh-Jones.
ISA – Instituto Socioambiental, http://www.socioambiental.org/.
LA?MAR, Cristiane, 2005, De Volta ao Lago de Leite, São Paulo: Editora UNESP.
INSTITUTO ANTROPOS - https://instituto.antropos.com.br/site/makuna-perfil-sociocultural/
MERKLER, Adam, et al, 2001, Under the Canopy – Myth and Reality in Western and North-western Amazonia, Fresno Art Museum.
SIL ,Lewis, M. Paul (ed.), 2009, Ethnologue: Languages of the World, Edição 16, Dallas, Tex.: SIL International:http://www.ethnologue.com/.

SMOTHERMON, Jeffrey e Josephine Smothermon, 1979, “Makuna”, SIL em Stolte, Joel A. et. al. Aspectos de la cultura material de grupos étnicos de Colombia 2.Bogotá: Ministerio de Gobierno and Instituto Lingüístico de Verano. x, 279 p.

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