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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Anacé

Toy Art Anacé

#NomesOutros nomes ou grafiasFamília linguísticaInformações demográficas
1Anacé

UF / PaísPopulaçãoFonte/Ano
CE1281Siasi/Sesai 2012



Anacé é um povo indígena que habita o estado do Ceará nos municípios de Caucaia e São Gonçalo do Amarante. 

Aldeias

Em São Gonçalo do Amarante: Mangabeira, Pau-Branco, Salgado, Tabuleiro Grande, Boqueirão, Currupião, Baixa das Carnaúbas, Maceió do Rafael, Torém, Área Verde, Lagoa Amarela, Jereraú, Tocos, Chave, Oiticica, Tapuio, Siupé, Bolsos.

Em Caucaia: Matões, Japuara e Santa Rosa.

Movimento Indígena

Durante a Assembléia dos Povos Indígenas no Ceará de 2006, realizada na aldeia Nazário - Crateús, o povo Anacé, junto aos Tubiba-Tapuia e Gavião-Boa Vista de Monsenhor Tabosa, integraram-se ao movimento indígena organizado no Ceará.
Território Anacé

O povo Anacé "habita tradicionalmente um território situado em São Gonçalo do Amarante e Caucaia, municípios da Região Metropolitana de Fortaleza. Sua emergência étnica tem estreita ligação com a instalação, na mesma área, de uma série de empreendimentos que integram o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP)” (Brissac e Nóbrega, 2010).

Segundo Santana (2010) os Anacé aparecem “na literatura desde o século XVII, quando o padre Antônio Vieira cita este povo em seu relato da missão na serra de Ibiapaba. O historiador Carlos Studart Filho, em sua obra “Notas históricas sobre indígenas cearenses”, documenta que os Anacé moravam junto à costa,  eram guerreiros e estavam indispostos a submeter-se ao novo reordenamento imposto pela Coroa portuguesa. Em 1694, Fernão Carrilho sitiou parte dos Anacé a oito léguas ao Norte da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, onde permanecem até hoje." (Santana et al, 2010)

Entre os dias 20 e 23 de setembro de 2007, a comunidade organizou, na aldeia Matões em Caucaia, a I Asssembléia do Povo Indígena Anacé. Contando com a participação de representantes de etnias de todo o Ceará. O encontro teve como tema: Terra e Impacto Ambiental e discutiu os transtornos e os impactos sócio-ambientais causados pelos empreendimentos instalados na terra indígena.

"Em 1863, o Governo Provincial decretou não haver mais índios no Ceará, alegando que os indígenas foram mortos ou fugiram, dessa forma, os territórios indígenas podiam ser usurpados. Mas o que ocorreu na verdade, foi que as populações indígenas, como estratégia de sobrevivência, optaram por ocultar sua identidade, sobretudo nos aspectos mais exógenos. Deixaram de falar a língua nativa e adotaram alguns elementos do catolicismo popular que se assemelhavam aos seus costumes religiosos.” (Santana et al, 2010)

“Esse povo, assim como tantos povos indígenas do Nordeste, têm elegido o toré como “prática performática” para o fortalecimento de sua luta em meio ao conflitivo processo de implantação do CIPP. No entanto, além dessa manifestação cultural, que, em certo sentido, é voltada para o exterior, os índios Anacé têm outras práticas que podemos considerar voltadas  para dentro. É neste ponto em que se situam os ritos realizados pelos especialistas de cura Anacé e a “corrente de índios” ou “corrente dos encantados”. (Brissac e Nóbrega, 2010)

Fontes de informação

SANTANA, Iara Vanessa Fraga de. NETO, Pedro Vicente de Assis. AGUIAR, Rafaela Silveira de. SOUSA Valdênia Lourenço de. A Luta Anacé frente aos “imPACtos” industriais, 2010.
BRISSAC, Sérgio Góes Telles. NÓBREGA, Luciana Nogueira Nóbrega. Benzedeiras Anacé: a relevância dos ritos de cura na emergência étnica de um povo indígena do Ceará. 2010.

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